Febre por mais de uma semana o que pode ser

O aumento da temperatura é uma reação do corpo a infecções e outras doenças e quando apresentamos febre isso significa que algo não está bem com o nosso corpo. Mas o que causa a febre e como tratar? Preciso ficar preocupado com o termômetro indicando 37,5oC? Veja dicas sobre como diagnosticar a febre, o que ela pode significar e quando devemos buscar ajuda.

Febre por mais de uma semana o que pode ser

Com os cuidados para combate a COVID-19, tornou-se comum termos nossa temperatura aferida ao entrar em fábricas, escritórios, supermercados, lojas, padarias, shopping centers e outras empresas. Mas por que verificar se estamos com febre? E mais: o que pode significar essa temperatura alta do nosso corpo?

Febre é uma resposta natural do corpo para combater invasores, tais como vírus, infecções, parasitas, bactérias ou outros agentes nocivos a nossa saúde. Apesar de ser um sinal de que algo em nosso organismo não vai bem, ela é na verdade, uma grande aliada do nosso sistema imunológico, pois serve de alerta para o nosso corpo começar a combater o agente infeccioso. Esse quadro infeccioso pode ser leve ou grave, dependendo da agressividade do micro-organismo e da imunidade do paciente.

A temperatura normal do corpo varia entre 36 e 37 graus. Geralmente, ela é mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde ou à noite. Por isso, alterações de até um grau são aceitáveis em condições normais. Nas mulheres, por exemplo, ocorre um aumento da temperatura após a ovulação e também no primeiro trimestre da gravidez.

Por outro lado, em bebês com menos de 3 meses de vida, é preciso prestar mais atenção em relação ao aumento da temperatura, por isso, se o termômetro mostrar valor acima de 37,5 graus, já é hora de procurar um médico.

Confira no quadro abaixo como podemos classificar a temperatura do corpo em adultos e crianças acima de 1 ano:

Febre por mais de uma semana o que pode ser

A febre se torna preocupante quando a temperatura passa de 39 graus, pois isso pode indicar uma infecção grave. Quando a febre vem associada com outros sintomas, isso também serve de alerta e indica a necessidade de procurar atendimento médico. Os sintomas mais comuns são: dor de cabeça forte e persistente, alta sensibilidade à luz, dor de garganta que impede o ato de engolir, vermelhidão na pele, nuca endurecida e dolorosa ao curvar a cabeça, confusão mental, vômitos repetitivos, dificuldade para respirar ou dor no peito, irritabilidade, apatia ou sonolência exageradas, dores abdominais, dor ao urinar ou vontade frequente de ir banheiro, e urina em pequena quantidade e convulsões febris

Temperaturas elevadas podem causar confusão mental, delírios e convulsões. Quando a febre é muito alta, existe o risco de convulsões febris, especialmente em crianças abaixo dos 5 anos. Mas isso não costuma acontecer quando a febre está perto de 37 graus. Embora uma convulsão possa ser bastante assustadora, as convulsões febris não costumam trazer complicações sérias.

Normalmente, essas convulsões ocasionadas por febre são de curta duração (menos de 15 minutos) e acometem os lados do corpo de forma generalizada e, se não se repetirem em menos de 24 horas, não são casos de maior preocupação.

No caso de uma convulsão (com ou sem febre), mantenha a calma, deixe a pessoa deitada de lado para que não se afogue com a própria saliva ou vômito e mantenha a pessoa protegida de se chocar contra qualquer móvel ou objeto que esteja por perto.

Numa febre comum, a temperatura fica acima de 37,5 graus, e é acompanhada de outros sintomas, como por exemplo, sensação de calor, suor frio, calafrios ou arrepios ao longo do dia, mal-estar, dor de cabeça, cansaço e falta de energia.

Febre por mais de uma semana o que pode ser
Um mito: não existe febre interna. Esse termo surgiu para descrever um mal-estar semelhante ao de uma febre comum, onde a pessoa sente o corpo muito quente, mas o termômetro não mostra essa elevação da temperatura. Se o termômetro continua nos 36 a 37 graus, não é febre.

O que as pessoas chamam de febre interna é a percepção de todos esses sintomas, mas sem o aumento da temperatura, que pode ser causada por stress e as crises de ansiedade, que também podem causar arrepios e tremedeira em todo corpo.

A febre pode ser controlada com medicamentos antitérmicos, como o ácido acetilsalicílico e paracetamol, bem como por técnicas não medicamentosas, como banhos e compressas frias. O ideal é usar os medicamentosos e em seguida os banhos e compressas para abaixar a temperatura. Se a febre não ceder ou retornar, busque o atendimento médico.

Primeiro, os médicos fazem perguntas sobre os sintomas e o histórico médico. Em seguida, os médicos fazem um exame físico. O que eles encontram durante o histórico e o exame físico muitas vezes sugere uma causa de febre e os testes que precisam ser feitos.

O médico começa a perguntar à pessoa sobre os sintomas e as doenças passadas e presentes, os medicamentos que está utilizando, quaisquer transfusões de sangue, exposição a infecções, viagem recente, vacinações e hospitalizações recentes, cirurgias ou outros procedimentos médicos. O padrão da febre raramente ajuda o médico a estabelecer um diagnóstico. No entanto, uma febre que retorna em dias alternados ou a cada três dias é típica de malária. Os médicos consideram malária como possível causa somente se as pessoas viajaram para uma área onde a malária é comum.

Viagens recentes podem dar aos médicos pistas sobre a causa da febre, pois algumas infecções ocorrem somente em certas regiões. Por exemplo, a coccidioidomicose (uma infecção fúngica) ocorre, quase exclusivamente, no sudoeste dos Estados Unidos.

Exposições recentes também são importantes. Por exemplo, pessoas que trabalham em uma fábrica de embalagem de carnes são mais propensas a contrair brucelose (uma infecção bacteriana que se dissemina pelo contato com animais domésticos). Outros exemplos incluem água ou alimentos não seguros (como o leite e derivados de leite não pasteurizados e carne, peixes e frutos do mar crus ou mal cozidos), picadas de insetos (como carrapatos ou mosquitos), sexo sem proteção e exposições ocupacionais ou recreativas (como caçadas, trilhas e esportes aquáticos).

A dor é um indício significativo da possível origem da febre, como tal, o médico coloca questões sobre dor nos ouvidos, cabeça, pescoço, dentes, garganta, tórax, abdome, flanco, reto, músculos e articulações.

Outros sintomas que ajudam a determinar a causa da febre incluem congestão nasal e/ou secreção, tosse, diarreia e sintomas urinários (frequência, urgência e dor ao urinar). Saber se a pessoa possui gânglios linfáticos aumentados ou erupção cutânea (incluindo a aparência, o local e quando apareceu em relação a outros sintomas) pode ajudar o médico a apontar uma causa. Pessoas com febres recorrentes, suores noturnos e perda de peso podem ter uma infecção crônica, tal como tuberculose ou endocardite (infecção do revestimento do coração e geralmente das valvas cardíacas).

O médico pode também perguntar sobre o seguinte:

  • Contato com alguém que tenha uma infecção

  • Alguma condição conhecida que predisponha à infecção, tal como infecção por HIV, diabetes, câncer, transplante de órgão, doença falciforme ou distúrbios das valvas cardíacas, particularmente se uma valva artificial estiver presente

  • Algum distúrbio conhecido que predisponha à febre sem infecção, tal como lúpus, gota, sarcoidose, glândula tireoide superativa (hipertireoidismo) ou câncer

  • Uso de medicamentos que predispõem à infecção, tais como medicamentos quimioterápicos para câncer, corticosteroides ou outros medicamentos que suprimem o sistema imunológico.

  • Uso de drogas ilícitas injetáveis

O exame físico começa com a confirmação da febre. A febre é determinada com mais precisão ao medir a temperatura retal. Em seguida, o médico faz um exame físico completo da cabeça aos pés para encontrar uma fonte da infecção ou alguma evidência da doença.