Explique o que e a fragmentação da produção e de exemplos

O sistema fordista de produção obteve êxito até 1970, a partir dessa data iniciou-se o declínio do mesmo, por não demonstrar mais resultados satisfatórios. Foram vários os motivos que favoreceram a queda desse tipo de sistema, os principais foram o fim da “empolgação” do pós-guerra e o capitalismo que nesse período tomou novas perspectivas, apresentando inéditas configurações no modelo econômico e de produção. Esse momento ficou marcado pela luta entre os donos dos meios de produção e dos capitais e a massa proletária, a última exerceu grandes pressões com a finalidade de conseguir melhorias salariais, condições melhores de trabalho que foram determinantes para muitos benefícios trabalhistas que vigoram até os dias de hoje. Porém, não havia a possibilidade de oferecer novos benefícios, tendo em vista que os índices de lucratividade sofreram quedas consideráveis. Os pontos apresentados promoveram um crescimento da inflação de cerca de 10% anuais em países ricos e com perspectivas de se elevar ainda mais, fato que ameaçava a instabilidade econômica dos países. O sistema capitalista demonstrava problemas que desencadearam conseqüências em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, outro agravante nesse processo foi a crise do petróleo que ocorreu entre 1973 e 1979, impulsionando ainda mais o crescimento da inflação. A partir de 1950 surgiu no Japão um novo modelo de sistema de produção, denominado de toyotismo, que gradativamente foi tomando o lugar do sistema fordista. A linha de produção fordista se transformou em trabalhos coletivos, em forma de equipes, onde todos atuavam em todas as etapas produtivas, enquanto que anteriormente o trabalho era realizado de forma especializada, isso quer dizer que uma pessoa conhecia limitadamente a sua tarefa e desconhecia totalmente as outras etapas da produção. O sistema toyotista foi criado pelo engenheiro Tiichi Ohno que na época atuava na empresa automobilística japonesa Toyota Motors como vice-presidente da mesma. Nesse sistema produtivo os próprios funcionários tinham a incumbência de fiscalizar e verificar os níveis de qualidade dos produtos que eram fabricados, atitude que conduziu a uma queda no surgimento de peças com defeito. Outra disparidade em relação ao sistema fordista é que no toyotismo todas as atividades que requeriam movimentos repetitivos ou que ofereciam riscos aos trabalhadores eram realizadas por robôs e esses vieram a substituir grande parte dos postos de trabalho, favorecendo a diminuição dos custos de produção. No toyotismo as linhas de montagem não são estáticas, pelo contrário, são bastante flexíveis, podendo ser modificadas constantemente segundo os interesses do momento. A produção flexível tem como objetivo alcançar os anseios de seus consumidores, o desenvolvimento desse tipo de produção conduziu a uma diminuição nos estoques de matéria-prima e de outros suprimentos usados nas indústrias. A produção flexível substituiu a produção fordista, pois o modelo de produção e distribuição em massa não atendia os requisitos das perspectivas industriais modernas. Nesse sistema, as inovações em caráter tecnológico são de fundamental importância para o surgimento de um novo modelo de produção, denominado de indústria de ponta, agora vinculado à tecnologia, trabalho qualificado especialmente na microinformática e na introdução de grande quantidade de informação. Nessa perspectiva, a tendência é de um mercado cada vez mais competitivo que requer uma produção com baixo custo e dosada, firmada com elevada qualidade. Esse tipo de indústria moderna tem reorganizado o espaço geográfico mundial, pois a instalação de uma indústria em determinado lugar depende de uma série de elementos que se tornaram imprescindíveis para sua implantação.

Publicado por Eduardo de Freitas

Valdemar Valente



As transformações sucessivas no regime de produção e de acumulação capitalista atingem dimensões globais, determinando reestruturações nas relações econômicas, políticas e culturais de âmbito internacional. Com a globalização, o Estado nacional não é mais a principal referência na economia, mas o elemento que sustenta o grande capital. E uma vez que reflete a dinâmica da sociedade, também as interações espaciais são integrantes do movimento de transformação social. Sob o signo da revolução tecnológica, globalização e fragmentação expandem-se hoje, acarretando um impiedoso processo de exclusão econômica, política, cultural e étnica. Á fragmentação nada mais é do que uma estratégia de fortalecimento da globalização, tendo em vista que ela acontece na dimensão do espaço, do indivíduo e da cultura. No espaço social da globalização, a fragmentação é um instrumento de poder político.


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Editorial

Quando Walter Benjamin afirmou que a arte de narrar estava chegando ao fim, não imaginava o quanto suas teses Influenciariam os historiadores futuros, que levariam realmente a sério a tarefa recomendada de "escovar a história a contrapelo." De fato, assistimos hoje ao ressurgimento da narrativa, presente tanto no vigor épico de certos romances históricos quanto no tagarelar de personagens, de ficção ou reais. Autobiografias, trajetórias de vida, entrevistas, depoimentos, são recursos dialógicos que vêm se contrapor à monologia da história oficial. Por exemplo, as impressões de um ignorado diplomata e crítico literário sobre a sociedade carioca no segundo império, os sucessos e percalços de um desconhecido camponês no interior do Rio Grande do Sul do século XIX, um outro olhar sobre as práticas de cura populares, conferem à moderna historiografia a imagem de um caleidoscópio onde se refratam inúmeras perspectivas que multiplicam os sujeitos da história. Assim é que, apesar da configuração fragmentária que apresentam, as leituras aqui reunidas ganham unidade e conquistam importância, justificadas que são pelas palavras de Benjamin: "O cronista que narra os acontecimentos, sem distinguir entre os grandes e os pequenos, leva em conta a verdade de que nada do que um dia aconteceu pode ser considerado perdido para a história."

É essa forma de resgate da memória, capaz de restabelecer culturas esquecidas do passado e, no presente, de recuperar aquelas relegadas à exclusão, que permite compreender a realidade atual para projetar soluções aos intrincados problemas contemporâneos, como a globalização, paradoxalmente acompanhada pela desunião entre os povos. Afinal, "articular historicamente o passado", como diz ainda o mesmo filósofo, "não significa conhecê-lo como ele foi. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo."

Zília Mara Pastorello Scarpari

Editora

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Do ponto de vista da Matemática, não há diferença entre uma floresta de 10.000 hectares (ha) e mil pedaços de floresta de 10 hectares cada: o total dos fragmentos de 10 hectares terão a mesma área total que a área contínua de 10.000 hectares. Entretanto, do ponto de vista ambiental a história é outra: esta diferença é ponto fundamental para determinar a vida ou a morte de um ecossistema.

A fragmentação se refere às alterações em um habitat original, terrestre ou aquático. Trata-se de um processo no qual um habitat contínuo é dividido em manchas, ou fragmentos, mais ou menos isolados.

Fragmentos florestais — os mais notórios — são áreas de vegetações naturais interrompidas por barreiras antrópicas (criadas por ação humana) ou naturais, capazes de diminuir significativamente o fluxo de animais, pólen ou sementes. A divisão em partes de uma área antes contínua faz com estas partes adquiram condições ambientais diferentes.

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Fragmentação Natural

A fragmentação pode ser produzida por vários processos naturais, que muito se distinguem daqueles resultantes da ação humana. Ambientes isolados naturalmente podem conter espécies endêmicas devido ao longo tempo de isolamento, o que os torna prioritários para conservação. Além disso, estes fragmentos naturais podem ser utilizados como modelo para estudar os efeitos de longo prazo da fragmentação causadas pelo homem.

Fragmentos naturais surgem por fatores e processos, isolados ou combinados, tais como: (1) flutuações climáticas, que podem favorecer determinados tipos de vegetação em detrimento de outros; (2) a heterogeneidade de solos, que também favorecem vegetações restritas a tipos específicos de solos; (3) a topografia, que pode formar ilhas de tipos específicos de vegetação em locais elevados; (4) os processos de sedimentação e hidrodinâmica em rios e no mar; (5) os processos hidrogeológicos que produzem áreas temporariamente ou permanentemente alagadas, onde ocorrem tipos particulares de vegetação.

A fragmentação natural causa isolamento de populações, o que pode levar à diferenciação genética e especiação, importantes elementos na geração da diversidade biológica.

Fragmentação Antrópica

Ao lado dos fatores naturais, está a interferência humana. A identificação do quanto interferem no processo de fragmentação ambiental é um desafio em razão da falta de dados, resultado da pouca prática do monitoramento permanente de habitats.

As maiores causas humanas, em especial no contexto brasileiro, são as seguintes: (1) extração de madeira; (2) supressão da floresta por meio de queimadas; (3) substituição da cobertura florestal nativa por reflorestamento com espécies exóticas; (4) exploração agropecuária, que substitui os remanescentes florestais por pastagens e áreas de cultivo; (5) práticas agrícolas cada vez mais mecanizadas; (6) padrão da estrutura fundiária existente que dificulta a proteção das florestas e propicia ações que geram perturbações nas áreas dos remanescentes florestais; (6) urbanização desordenada; (7) pressão de turismo; (8) caça e captura de animais silvestres e (9) implantação de infraestrutura de transportes, energia e saneamento.

O processo global de fragmentação de habitats é, possivelmente, a mais profunda alteração causada pelo homem ao meio ambiente. As mudanças podem ser classificadas em três categorias, frequentemente observadas nas florestas de todo o mundo: (1) redução na área total da floresta; (2) conversão de florestasem plantações e monoculturas e, (3) fragmentação progressiva de remanescentes de florestas naturais em pequenas manchas, isoladas por plantações ou pelo desenvolvimento agrícola, industrial ou urbano.

Efeitos da Fragmentação

Este processo cria habitats precários para espécies na área fragmentada. Quanto menos áreas naturais, menores são os espaços para as espécies viverem e se reproduzirem. Isso provoca uma redução no número de plantas, animais e microrganismos que conseguem viver naquele lugar. Embora nem todas as espécies sejam afetadas da mesma forma – áreas negativas para uma espécie podem ser de boa qualidade para outras – o processo altera os habitats disponíveis e, portanto, todas as comunidades são afetadas. Uma espécie que mantém relações de dependência com outras, pode ser extinta e, em tempo, também desaparecerão várias outras com as quais ela interagia.

Outras consequências possíveis da fragmentação de florestas são: redução do tamanho da população; inibição ou redução da migração; imigração de espécies exóticas para as áreas desmatadas circundantes e para o fragmento.

Por fim há o efeito de borda, um conjunto de alterações que ocorrem nos ecossistemas devido à abertura de clareiras e ao desmatamento em seu entorno. Quando uma seção da mata passa a estar cercada por áreas abertas – isto é, quando é fragmentada – ocorre um aumento da incidência de luz solar nas bordas. A maior luminosidade aumenta a temperatura do solo e diminui a umidade do ar. As árvores que estão na borda do fragmento ficam mais expostas ao vento, tornando-as mais vulneráveis à queda, risco que não havia no interior da floresta, onde praticamente não há vento. Com a queda das árvores mais externas, a borda encolhe a floresta e o fragmento fica cada vez menor . Quanto menor a área do fragmento, mais intenso é este fenômeno.

Como fazer referência a este artigo: O que é Fragmentação. Dicionário Ambiental. ((o))eco, Rio de Janeiro, jan. 2014. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27923-o-que-e-fragmentacao/>. Acesso em: XX (dia) xxx. (mês) XXXX (ano).