Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido

Questão 26

2008Português

(ITA - 2008 - 1 FASE) 1Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo de azar. Falo assim referindo-me ao futebol que, ao contrrio da roleta ou da loteria, implica ttica e estratgia, sem falar no principal, que o talento e a 3habilidade dos jogadores. Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. 4E j que falamos em acaso, vale lembrar que, em francs, acaso escreve-se hasard, como no 5clebre verso de Mallarm, que diz: um lance de dados jamais eliminar o acaso. Ele est, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, est ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso. 8Se no poema assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num 9campo de amplas dimenses. Se verdade que eles jogam conforme esquemas de marcao e ataque, 10seguindo a orientao do tcnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepo da 11jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direo, ou manter-se parado, certo de que a bola chegar a 12seus ps. Nada disso se pode prever, da resultando um alto ndice de probabilidades, ou seja, de ocorrncias 13imprevisveis e que, portanto, escapam ao controle. 14Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto. No 15toa que, quando se cria essa situao, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que tm os adversrios de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversrio desloca para a rea do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a 20defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do 21escanteio, por mais exmio que seja, no pode com preciso absoluta lanar a bola na cabea de determinado 22jogador. Alm do mais, a inquietao ali na rea grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando 23escapar marcao, outros procurando marc-los. Essa movimentao, multiplicada pelo nmero de 24jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrer quando a bola 25for lanada. A que altura chegar ali? Qual jogador estar, naquele instante, em posio propcia para 26cabece-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? No existe treinamento ttico, posio privilegiada, 27nada que torne previsvel o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, 28dependendo da sorte, ser gol ou no. 29No quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a 30verdade que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, no se vai muito longe; jogadores, 31tcnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado p frio. Como no pretendo 32passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu 33time perder gols feitos, nasce-me o desagradvel temor de que aquele no um bom dia para ns e de que a derrota certa. 35Que eu, mero torcedor, pense assim, compreensvel, mas que dizer de tcnicos de futebol que vivem de tero na mo e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram oraes? Isso para no falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanj. como se dissessem: treino os jogadores, trao o esquema de jogo, armo jogadas, 39mas, independentemente disso, existem foras imponderveis que s obedecem aos santos e pais-de-santo; 40so as foras do acaso. 41Mas no se pode descartar o fator psicolgico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer 42esporte; tanto isso certo que, hoje, entre os preparadores das equipes h sempre um psiclogo. De fato, se 43o jogador no estiver psicologicamente preparado para vencer, no dar o melhor de si. 44Exemplifico essa crena na psicologia com a histria de um tcnico ingls que, num jogo decisivo da 45Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. No era um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O mdico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao tcnico: Ele j voltou a si do desmaio, mas 47no sabe quem . E o tcnico: timo! Diga que ele o Pel e que volte para o campo imediatamente. (Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.) ndices em canto superior esquerdo de palavras indicam nmero da linha no texto original. Na frase, Apesar disso, no consegue eliminar o azar, isto , o acaso. (linha 3), podemos entender que o azar

28. Assinale a opção em que a palavra em destaque permite duplo sentido.

a) Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num campo de amplas dimensões. (linhas 8 e 9)

b) [...] o batedor do escanteio, por mais exímio que seja, não pode com precisão absoluta lançara bola na cabeça de determinado jogador. (linhas 20 a 22)

c) A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol ou não. (linhas 27 e 28)

d) [...] a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, não se vai muito longe [...] (linhas 29 e 30)

e) De falo, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o melhor de si. (linhas 42 e 43)


Solução:

A palavra campo pode ser interpretada no sentido de “estádio” ou “área”, “setor”.

ALTERNATIVA D




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Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido
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Page 2

Botelho a worthy Award Winner

This year, Brazil and the world have been celebrating the 100th anniversary of the first flight at a public event by Brazilian Alberto Santos-Dumont.

With his imminent retirement next April as president and chief executive officer of Embraer, Mauricio Botelho must be seen as another Brazilian aviation hero, one who turned a small
money-losing company into a vibrant world-class aircraft manufacturer.

Botelho spent the first 15 years of his working career at Embraer before leaving to pursue other opportunities. When he returned in 1995; Embraer had been privatised and was embarking on production and delivery of its first regional jets, several years behind competitor Bombardier.

The Embraer ERJ-145 had its maiden flight just weeks before Botelho came on board. First delivery was in late 1996, and the company has never looked back. Nearly 1,000 aircraf based on the ERJ-145 platform have been delivered to 87 operators around the world. A decate on, the ERJ-145 program das reached the 10 million flight-hour milestone.

Under Botelho’s leadship, Embraer has bad a penchant for seizing market opportunities. It saw an unfilled market niche for aircraft seating 70-110, and its four-model 170/190 program has won 731 orders to date from airlines around the world.

Embraer also used the ERJ platform to develop an intelligence, Surveillance and Reconnaissance aircraft, and to produce the Legacy, its first foray into business jets. lt is now raking in orders for theree other business aircraft in development.

Botelho’s “legacy” is a dynamic company, one of Brazil’s leading exporters, investing in its employees and technology to produce top-notch aircraft.

Airline Buniness Daily @ ALTA, 2 December, 2006 p.6


04. De acordo com o texto, pode-se inferir que Maurício Botelho

a) trabalha na EMBRAER há quinze anos e é considerado um herói da aviação brasileira.

b) deixou as atividades na EMBRAER em 1995, época em que o modelo ERJ-145 foi projetado.

c) voltou a trabalhar na EMBRAER em 1995, antes da privatização da empresa.

d) iniciou sua vida profissional na EMBRAER.

e) deixou a presidência da EMBRAER em abril de 2006.

Solução:

O texto fala no terceiro parágrafo que Botelho teve o seu primeiro emprego na EMBRAER.

ALTERNATIVA C
05. Considere as seguintes informações:

I. O modelo ERJ-145, fabricado pela EMBRAER, teve Maurício Botelho como um dos idealizadores.

II. A empresa Bombardier passou a produzir jatos regionais para competir com os jatos do mesmo padrão, fabricados pela EMBRAER.

III. A gestão de Maurício Botelho na EMBRAER foi bem-sucedida devido ao investimento em tecnologia e em recursos humanos.


Está(ão) correta(s)

a) apenas a I.

b) apenas a II.

c) apenas a III.

d) apenas III.

e) apenas I e III.


Solução:

O modelo ERJ-145 já tinha sido fabricado quando Maurício voltou para a EMBRAER. A empresa Bombardier já estava no mercado 6 anos antes.

ALTERNATIVA C
06. Considere as seguintes afirmações:

I. maiden em “The Embraer ERJ-145 had its maiden flight just weeks before…” (4º Parágrafo) pode ser

substituído por single.

II. penchant em “...Embraer has had a penchant for seizing market opportunities.” (5º Parágrafo) pode ser substituído por tendency.

III. foray em “... its first foray into business jets.” (6° Parágrafo) pode ser substituído por attempt.
Está(ão) correta(s)

a) apenas a I.

b) apenas a II.

c) apenas a III.

d) apenas II e III.

e) todas.


Solução:

Questão de sinônimos:

Maiden = First e não single

Penchant = tendency

Foray = Attempt

ALTERNATIVA D


As questões de 7 a 10 referem-se ao texto a seguir.

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Page 3

Taking Measure With Hardware and Software The researchers who founded National Instruments Corp switched from building their own equipment lo beefing up other people’s.

“You could start a company.” That offhand comment by Jim Truchard got Jeff Kodosky and Bill Nowlin thinking. Within days, Truchard and his two employees at the Applied Research Laboratories (ARL) at the University of Texas at Austin (UT) decided lo give it a go. That was in February 1976. By May, the trio had incorporated. Today, National lnstruments Corp has annual Sales topping $425 million, employs more than 3100 people, sells some 1500 hardware and software products, and, for five years running, has been rated by Fortune magazine as one of the 100 best companies to work for.

At ARL, Truchard headed an underwater acoustic measurements lab. “I had about two dozen different projects, all the way from basic acoustics to pragmatic testing of military sonar beam formers,” he says. Truchard went into science because of Sputnik. “I was right on the cusp of that movement. We were all taking Russian and physics,” he says. He earned bachelor’s and master’s degrees in physics and did his PhD — on a nonlinear parametric acoustic receiving array — in electrical engineering, all at UT. Kodosky and Nowlin both worked part-time for Truchard while enrolled at UT. Nowlin earned a master’s in electrical engineering and Kodosky, who has a bachelor’s in physics from Rensselaer Polytechnic lnstitute, worked toward a PhD; he drifted between theoretical high-energy physics and computer science but did not complete the degree. (…)



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Page 4

Physics intuition
Both Kodosky and Truchard point lo their physics training as playing a role in their success with National Instruments. Says Truchard, “Acoustical measurements are fairly tricky, and it happens to be a smaller area where you didn’t have off-the-shelf equipment. You had to build equipment. That background, and the measurements themselves, created a basis.” What’s more, he adds, “the physics background helps create good intuition. I think having solved differential equations and learned about gradients, you know how things are going to work out. I’ve always felt it helped me develop intuition about business.”

In leaving academic research, says Kodosky, “we look a giant step back from what we were working on. ARL was cutting edge. Now it was customers who were doing the interesting experirnents.” Still, he and Truchard say they have more impact on science by supplying tools than they would have had as researchers. “We can have a nonlinear effect on the productivity of the science and engineering community, There is plenty of anecdotal evidence that our virtual instrumentation can mate people 5 to 1O times as productive,” Kodosky says. “I personally would find it frustrating [to do research] because it’s slow, but dropping by a customer’s site every couple of years is fun. We live vicariously through them.”

Toni Feder

Physics Today, July 2004


07. Considere as seguintes afirmações:

I. Truchard, Nowlin e Kodosky fundaram a empresa National Instruments Corp, em 1976.

II. A National Instruments Corp atua na área de informática e, de acordo com a Revista Fortune, está entre as 100 empresas mais produtivas nesta área.

III. Nowlin e Kodosky trabalhavam para Truchard, em tempo parcial, enquanto estudavam na Universidade do Texas.


Está(ão) correta(s)

a) apenas a I.

b) apenas a lI.

c) apenas a IIl.

d) apenas l e lII.

e) apenas Il e III.


Solução:

Segundo a revista FORTUNE a NIC está entre as 100 empresas para se trabalhar e não as mais produtivas.

ALTERNATIVA D
08. Considere as seguintes afirmações:

I. Truchard estudou Física na Rússia e tem doutorado em Engenharia Elétrica.

II. Nowlin é mestre em Engenharia Elétrica.

III. Kodosky não concluiu o doutorado.


Está(ão) correta(s)

a) apenas a II.

b) apenas l e II.

c) apenas l e lII.

d) apenas Il e III.

e) todas.


Solução:

Truchard estudou Russo e não na Rússia.

ALTERNATIVA D

09. Considere as seguintes afirmações:

I. A formação acadêmica dos proprietários da National Instruments Com foi importante para o sucesso da empresa.

II. Para Truchard, Nowlin e Kodosky, o ingresso no mundo corporativo representou um retrocesso em termos de pesquisa acadêmica.

III. A graduação de Kodosky e Truchard em Física foi um fator relevante para o desenvolvimento da intuição para os negócios.


Está(ão) correta(s)

a) apenas a I.

b) apenas l e lI.

c) apenas l e III.

d) apenas Il e III.

e) todas.


Solução:

Esta questão deixa dúvidas com relação se esta opinião é de Truchard apenas, ou dos dois. No texto entre aspas expressa a opinião de um. Porém as ações e opiniões dão a entender que eles comungam do mesmo pensamento.

ALTERNATIVA C
10. A expressão What’s more (2ª coluna, 1º Parágrafo) NÃO pode ser substituída por

a) Nevertheless.

b) Besides.

c) Also.


d) Moreover.

e) Furthermore.


Solução:

Você tem quatro conjunções aditivas e uma concessiva.

ALTERNATIVA A

11. Assinale a opção que melhor expressaria a fala da Mônica no 2° balão.


www.monica.com.br/ingles/comics/tirinhas/tira 18.htm

Data da visita ao site: 20/09/2007

a) Actions speak louder than words...

b) Silence implies consent...

c) Better late than never.

d) He who laughs last, laughs best...

e) Appearances are deceptive...


Solução:

Por eliminação você chega a resposta correta. Deduz-se pelo balão vazio de Mônica que o espelho não se externou e então “Quem cala consente.”

ALTERNATIVA B


Page 5

1

5

10

15

20


The gunman, is useless.

I know it.

He knows it.

The whole bank knows it.

Even my best mate Marvin knows it and he’s more useless than the gunman.

The worst part about the whole thing is that Marv’s car is standing outside in a fifteen-minute parking zone. We’re alI face-down


on the floor and the car’s only got a few minutes left on it.

‘I wish this bloke’d hurry up,’ I mention.

‘I know,’ Marv whispers back. ‘This is outrageous’ His voice rises from the depths of the floor. ‘I’II be getting a fine because of
this useless bastard. I can’t afford another fine, Ed.’

‘The car’s not even worth it.’

‘What?

Marv looks over at me now. I can sense he’s getting uptight.

Offended. If there’s one thing Marv doesn’t tolerate, it’s someone putting shit on his car. He repeats the question.

‘What did you say, Ed?’

‘I said,’ I whisper, ‘it isn’t even worth the fine, Marv.’

‘Look,’ he says, ‘l’ll take a lot of things, Ed, but...’

I tune out of what he’s saying, because quite frankly, once Marv gels going about his car, it’s downright pain in the arse material.

He goes on and on, like a kid, and he’s just turned twenty, for Jesus sake.

He goes on for another minute or so, until I have to cut him off.

‘Marv,’ I point out, ‘the car’s an embarrassment, okay? It doesn’t even have a handbrake - it’s sitting out there with two bricks behind the back wheels.’ l’m trying to keep my voice as quiet as possible. ‘Half the time you don’t even bother locking it. You’re probably hoping someone’II fIog it so you can collect the insurance.’

‘It isn’t insured.’ (…)

That’s when the gunman turns around and shouts, ‘Who’s talkin’ back there?!’

Marv doesn’t care. He’s worked up about the car.


Page 6

Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido

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#16872
Ethical abuses in the authorship of scientific papers
Problems regarding the order of authorship of scientific papers have become more frequent and more abusive. These problems may have heightened due to the ever increasing pressure to “publish or perish” in the academic world, given that the publication of scientific articles has become the benchmark of success in a field with few job opportunities. This article reviews the abuses in the authorship of scientific papers. Different examples are given of the most common problems and recommendations are provided for authors and journal editors.

Rev. Bras. Entomol. Vol, 51 no. 1 São Paulo, Jan./Mar. 2007


17. O objetivo do artigo ao qual se refere o texto é

a) divulgar as dificuldades no mercado de trabalho acadêmico.

b) publicar diferentes textos científicos.

c) estimular a publicação de artigos científicos.

d) divulgar as recomendações de editores para a elaboração de artigos científicos.

e) analisar abusos relacionados à autoria de artigos científicos.


Solução:

Fica patente que o tema do texto é plágio de artigos científicos.

ALTERNATIVA E
18. Considere as seguintes afirmações:

I. O artigo ao qual o texto se refere divulga uma lista de publicações científicas com problemas relacionados ao plágio.

II. As oportunidades de trabalho no mundo acadêmico são mais restritas para os pesquisadores que não publicam artigos científicos.

III. Para que o pesquisador seja reconhecido diante da comunidade acadêmica, a publicação de artigos científicos é importante.

Está(ão) correta(s)

a) apenas a I.

b) apenas II e III.

c) apenas l e II.

d) apenas l e III.

e) todas.


Solução:

O texto não divulga lista alguma, apenas fala dos problemas mais comuns com relação ao plágio.

ALTERNATIVA B
19. Os termos heightened (linha 4), benchmark (linha 8) e are provided (linha 13) podem ser traduzidos, respectivamente, como:

a) complicado, símbolo, sugerem

b) aumentado, problema, são sugeridas

c) solucionado, determinante, têm mostrado

d) crescido, referência, são fornecidas

e) diminuído, causa, mostram


Solução:

Questão de sinônimos

Leightened = crescido

Benckmark = referência

Are provided = são fornecidas

ALTERNATIVA D


20. A expressão given that (linha 6) pode ser substituída por

a) where b) when c) which

d) whose e) whether

Solução:


A questão mais difícil da prova. É feita para induzir o aluno a pensar que se trata de um pronome relativo mas, na realidade, se trata de um advérbio de lugar.

ALTERNATIVA A


Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido

As questões. de 21 a 31 referem.se ao texto seguinte.

1

5
10

15

20

25

30

35

40

45
Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo é de azar. Falo assim referindo-me ao futebol

que, ao contrário da roleta ou da loteria, implica tática e estratégia, sem falar no principal, que é o talento e a habilidade dos jogadores. Apesar disso, não consegue eliminar o azar, isto é, o acaso.

E já que falamos em acaso, vale lembrar que, em francês, “acaso” escreve-se “hasard”, como no

célebre verso de Mallarmé, que diz: “um lance de dados jamais eliminará o acaso”. Ele está, no fundo, referindo-se ao lazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, está ainda assim sujeito ao

azar, ou seja, ao acaso.

Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num

campo de amplas dimensões, Se é verdade que eles jogam conforme esquemas de marcação e ataque, seguindo a orientação do técnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepção da jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direção, ou manter-se parado, certo de que a bola chegará a

seus pés. Nada disso se pode prever, dai resultando um alto índice de probabilidades, ou seja, de ocorrências imprevisíveis e que, portanto, escapam ao controle.

Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto, Não é à

toa que, quando se cria essa situação, os jogadores da defesa se afligem em anular as possibilidades que têm os adversários de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversário

desloca para a área do que sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a

defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do escanteio, por mais exímio que seja, não pode com precisão absoluta lançar a bola na cabeça de determinado jogador. Além do mais, a inquietação ali na área é grande, todos os jogadores se movimentam, uns tentando escapar à marcação, outros procurando marcá-los. Essa movimentação, multiplicada pelo número de jogadores que se movem, aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrerá quando a bola for lançada. A que altura chegará ali? Qual jogador estará, naquele instante, em posição propícia para

cabeceá-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? Não existe treinamento tático, posição privilegiada, nada que torne previsível o desfecho do tiro de canto, A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol ou não.

Não quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso, mas a

verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, não se vai muito longe; jogadores,

técnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do chamado “pé frio”, Como não pretendo passar por supersticioso, evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu

time perder “gols feitos”, nasce-me o desagradável temor de que aquele não é um bom dia para nós e de que

a derrota é certa.

Que eu, mero torcedor, pense assim, é compreensível, mas que dizer de técnicos de futebol que vivem

de terço na mão e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram orações? Isso para não falar nos que consultam pais-de-santo e pagam

promessas a lemanjá. É como se dissessem: treino os jogadores, traço o esquema de jogo, armo jogadas,

mas, independentemente disso, existem forças imponderáveis que só obedecem aos santos e pais-de-santo;

são as forças do acaso.

Mas não se pode descartar o fator psicológico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de qualquer


esporte; tanto isso é certo que, hoje, entre os preparadores das equipes há sempre um psicólogo. De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o melhor de si.

Exemplifico essa crença na psicologia com a história de um técnico inglês que, num jogo decisivo da


Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. Não era um craque, mas sua perda desfalcaria o time, O médico da equipe, depois de atender o jogador, disse ao técnico: “Ele já voltou a si do desmaio, mas não sabe quem é”. E o técnico: “Otimo! Diga que ele é o Pelé e que volte para o campo imediatamente”.

(Ferreira Gullar. Jogos de azar, Em: Folha de S. Paulo. 24/06/2007.)



21. Observe o emprego da partícula se, em destaque, nos excertos abaixo:

I. Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num campo de amplas dimensões, (linhas 8 e 9).

II. Se é verdade que eles jogam conforme esquemas de marcação e ataque, seguindo a orientação do técnico, deve-se no entanto levar em conta que cada jogador tem sua percepção da jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direção, ou manter-se parado, certo deque a bola chegará a seus pés. (linhas 9 a 12).

III. De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o melhor de si. (linhas 42 e 43).


A partícula se estabelece uma relação de implicação em

a) apenas I. b) apenas II. c) apenas lII. d) apenas l e lI. e) apenas Il e llI.

Solução:

Há relação de implicação, ou seja causa e efeito, nos enunciados I e II, haja vista o emprego de verbos no modo indicativo. O conectivo “se” poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por uma conjunção ou locução conjuntiva causal.

No item III, há relação de condicionalidade, o que é evidente com o emprego do verbo “estar” no modo subjuntivo.

ALTERNATIVA D



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22. Segundo o texto, NÃO se pode afirmar que nos jogos de futebol

a) os resultados são determinados pelo acaso, apesar do talento e técnica dos jogadores.

b) não se pode prever os resultados, pois são influenciados pelo acaso.

c) todos os lances e resultados são fruto do acaso.

d) até os técnicos sabem que as forças do acaso colaboram com os resultados.

e) o azar ou a sorte nos resultados dependem do acaso.


Solução:

De acordo com o contido na linha 29: “Não quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto do acaso...”. Portanto afirmar que todos os lances e resultados são frutos do acaso é falso.

ALTERNATIVA C




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Page 8

23. No penúltimo parágrafo, a conjunção mas (linha 41) estabelece com os demais argumentos do texto uma relação de

a) restrição.

b) adversidade.

c) atenuação.

d) adição.

e) retificação.


Solução:

Valor semântico do conectivo “mas” A conjunção “mas” no início do penúltimo parágrafo reforça os argumentos utilizados, conferindo uma idéia de adição.

ALTERNATIVA D
24. Da frase iniciada na linha 42, “De fato, se o jogador...”, pode-se concluir que o autor

a) acredita que o preparo psicológico dos jogadores pode controlar as forças do acaso.

b) confere ao preparo psicológico dos jogadores o poder de produzir bons resultados.

c) ironiza o preparo psicológico dos jogadores, pois ele não é capaz de subjugar o acaso.

d) vincula o preparo psicológico dos jogadores à confiança que devem ter, a fim de tentar vencer o acaso.

e) faz crer que o preparo psicológico dos jogadores torna-os imunes ao acaso e capazes de vencer.


Solução:

No fragmento “De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o melhor de si”, pode-se deduzir que o conectivo “se” indica a condição necessária para que os jogadores possam produzir bons resultados.

ALTERNTIVA B
25. Considere as seguintes afirmações sobre a expressão “perigo de gol” (linha 14):

I. É exemplo de uso de linguagem denotativa, já que foi usada em sentido dicionarizado.

II. É exemplo de uso de linguagem técnica, uma vez que configura uma terminologia específica do futebol.

III. É exemplo de uso de linguagem popular, visto que é utilizada por leigos em relação a lances, dos quais desconhecem os nomes.


Está(ão) correta(s):

a) apenas I.

b) apenas II.

c) apenas III.

d) apenas l e ll.

e) todas.


Solução:

A palavra “perigo” na expressão “perigo de gol” está empregada no sentido de “risco”, ou seja no sentido dicionarizado, denotativo. A expressão “perigo de gol” não é específica do futebol.

ALTERNATIVA A
26. Na frase, “Apesar disso, não consegue eliminar o azar, isto é, o acaso.” (linha 3), podemos entender que o azar é

a) conseqüência do acaso.

b) sinônimo de acaso.

c) causa do acaso.

d) justificação para o acaso.

e) o contrário de acaso.


Solução:

A expressão “isto é” sinaliza que o que vem depois dela explica o que vem antes, no contexto azar é sinônimo de acaso.

ALTERNATIVA B
27. Um outro título para o texto poderia ser:

a) Agilidade.

b) Possibilidade.

c) Imprevisibilidade.

d) Improbabilidade.

e) Credulidade.

Solução:

Como a palavra “azar” está vinculada à idéia de “acaso” e o acaso é algo imprevisível, outro título para o texto poderia ser imprevisibilidade.

ALTERNATIVA C




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Page 9

28. Assinale a opção em que a palavra em destaque permite duplo sentido.

a) Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se movendo num campo de amplas dimensões. (linhas 8 e 9)

b) [...] o batedor do escanteio, por mais exímio que seja, não pode com precisão absoluta lançara bola na cabeça de determinado jogador. (linhas 20 a 22)

c) A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol ou não. (linhas 27 e 28)

d) [...] a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, não se vai muito longe [...] (linhas 29 e 30)

e) De falo, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o melhor de si. (linhas 42 e 43)


Solução:

A palavra campo pode ser interpretada no sentido de “estádio” ou “área”, “setor”.

ALTERNATIVA D




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29. Qual dos advérbios terminados em -mente incide sobre o conteúdo de toda a frase?

a) fantasticamente (linha 24).

b) abertamente (linha 32).

c) independentemente (linha 39).

d) psicologicamente (linha 43).

e) imediatamente (linha 47).


Solução:

Na expressão “independentemente disso”, o advérbio sublinhado está vinculado a “disso”, que se reporta a todo o período anterior.

ALTERNATIVA C
30. O autor defende a tese de que

a) os técnicos de futebol são supersticiosos.

b) o fator psicológico atua sobre os jogadores.

c) o tiro decanto é uma jogada que aflige os jogadores do time que o sofre.

d) o jogo de futebol está sujeito ao acaso, apesar da preparação dos jogadores.

e) os resultados dos jogos de futebol são somente fruto do acaso.


Solução:

A tese, ou a idéia central, está contida no primeiro parágrafo. Especialmente no último período: “Apesar disso, não consegue eliminar o azar, isto é, o acaso.”

ALTERNATIVA D

31. Considere as seguintes afirmações sobre a argumentação no texto:

I. A comparação entre a criação de um poema e um jogo de futebol funciona como argumento para a tese do autor.

II. O comentário do autor sobre o fato de etc não ser supersticioso tem a função de introduzir o argumento de que os técnicos de futebol também têm suas crenças.

IIl. O exemplo iniciado na linha 14 (“Tomemos, como exemplo...’) é um contra-argumento para a afirmação de que o resultado seja apenas fruto do acaso, parágrafo iniciado na linha 29 (Não quero dizer com isso...’).


Está(ão) correta(s)

a) apenas l. b) apenas ll. c) apenas lll. d) apenas l e lI. e) apenas ll e III.


Solução:

O item II é falso pois o autor também tem uma visão supersticiosa, como se deduz no início da linha 35;

O item III é falso, pois o exemplo citado serve de argumento de que o resultado de um jogo não seja apenas fruto do acaso.

ALTERNATIVA A


32. Os excertos abaixo foram extraídos de uma etiqueta de roupa. Assinale a opção que NÃO apresenta erro quanto ao emprego da vírgula.

a) Para a secagem, as peças confeccionadas com cores claras e escuras, devem ser estendidas sempre com a cor clara para cima para evitar manchas,

b) Cuidado com produtos como esmalte, acetona, água oxigenada, tintura para cabelo, produtos para o rosto entre outros, pois, podem manchar as peças.

c) Produtos à base de cloro como água sanitária e água de lavadeira, atacam o corante desbotando o tecido.

d) Peças 100% algodão, não devem ser lavadas com peças que contém poliéster, pois podem soltar bolinhas e estas se depositam sobre as fibras naturais.

e) Na lavagem, não misturar peças de cor clara com as de cor escura.


Solução:

Confira a pontuação correta das demais alternativas.

A: Para a secagem, as peças confeccionadas, com cores claras e escuras, devem ser estendidas com a cor clara para cima para evitar manchas.

B: “...produtos para o rosto, entre outros...”

C: “produtos à base de cloro, como água sanitária...”

D: “Peças 100% algodão não devem...”

ALTERNATIVA E
33. A frase abaixo foi dita por uma atriz como um lamento à insistência dos jornalistas em vasculharem sua vida pessoal: É muito triste você não poder sair para jantar com um amigo sem ser perseguida por ninguém.

Da forma como a frase foi registrada, o sentido produzido é o contrário ao supostamente pretendido pela atriz. Assinale a opção em que há a identificação do(s) elemento(s) que causa(m) tal mal-entendido.

a) adjetivo (triste)

b) preposições (para; com; por)

c) advérbio de intensidade (muito)

d) locuções verbais (poder sair; ser perseguida)

e) negação (não; sem; ninguém)


Solução:

Há na declaração da atriz excesso de palavras negativas, o que pode provocar uma interpretação contrária ao pretendido pela entrevistada. A confusão seria evitada se ela declarasse as seguintes palavras: “É muito triste você não poder sair para jantar com um amigo sem ser perseguida por alguém.”

ALTERNATIVA E

34. Assinale a opção em quadrinho que a frase apresenta figura de linguagem semelhante ao da fala de Helga no primeiro quadrinho.

Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido

(Em: Folha de S. Paulo, 21/03/2005.)


a) O país está coalhado de pobreza.

b) Pobre homem rico!

c) Tudo, para ele, é nada!

d) O curso destina-se a pessoas com poucos recursos financeiros.

e) Não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho.
Solução:

No primeiro quadrinho da tira a expressão “excesso de alimentos” é um exemplo de eufemismo para não dizer “lixo”. O mesmo ocorre na alternativa D: O curso destina-se a pessoas com poucos recursos financeiros, para não dizer pessoas pobres.

ALTERNATIVA D
35. O romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, 6 comumente lido coma uma obra que apresenta um problema a ser resolvido: Capitu traiu ou não Bentinho? Sobre esse problema, de difícil solução, considere as seguintes afirmações:

I. Capitu acusa Bentinho de “ter ciúmes até dos mortos”, o que é uma forma de ela se defender da acusação do marido, já que ele não acredita ser o pai de Ezequiel.

II. A semelhança física de Ezequiel com Escobar é relativizada no romance, unia vez que Capitu também é muito parecida com a mãe de Sancha e não há, aqui, nenhum laço de parentesco.

III. Em momento algum do livro, Capitu e Escobar aparecem em situações comprometedoras.

IV. Bentinho, o narrador da história, relata parcialmente os fatos e com muito rancor por Capitu e Escobar, os quais, segundo ele, foram amantes.
Estão corretas as afirmações:

a) l, II e IlI. b) I e IIl. c) II, IlI e lV. d) lll e lV. e) todas.


Solução:

I O capitulo ao qual a proposição se refere é o CXXXVIII, no qual Capitu rebate os ciúmes do marido assim se colocando: - pois até os defuntos! Nem os mortos escapam aos teus ciúmes!

II De fato a obra apresenta supostas provas e contraprovas em relação ao adultério. A semelhança de Capitu com a mãe de Sancha desestabiliza a argumentação de que a semelhança entre Escobar e Ezequiel é uma prova irrefutável do adultério.

III. Há situações constrangedoras, mas não ao ponto de serem comprometedoras.

IV. Narrativa de fato é parcial, pois estamos diante da versão apenas do narrador-personagem: Bentinho.

ALTERNATIVA E


36. O romance Menino de engenho, de José Uns do Rego, é uma das obras mais importantes surgidas no Modernismo dos anos 30, que, como se sabe, foi marcado por uma ficção de forte cunho social. Sobre esse livro, é INCORRETO afirmar que:

a) Ele mostra a dura vida do menino Carlos no pobre e árido interior nordestino.

b) Ele registra a vida do menino Carlos, que passa a morar na fazenda do avô após ficar órfão de mãe.

c) A vida de Carlos na fazenda do avô o coloca em contato direto com a natureza e com a desigualdade social,

d) Ele descreve em detalhes a vida de um engenho na Paralisa, onde se produzem derivados de cana-da-açúcar.

e) O tom das memórias de Carlos revela certo saudosismo, o que não impede a referência às injustiças sociais.


Solução:

José Lins do Rego destoa um pouco do engajamento social-marxista da geração de 30. A sua produção literária se ocupou em analisar a formação, o apogeu e a decadência da sociedade patriarcal nordestina. A questão torna-se incorreta porque Carlos de Melo, o protagonista do livro menino de engenho, é neto de um senhor de engenho. Esse personagem ,portanto , olha o mundo sob a ótica da casa grande, diferentemente dos romances desse ciclo, nos quais a narrativa é conduzida sob a ótica dos grupos marginalizados como nos romances Vidas secas e Capitães da areia.

ALTERNATIVA A

37. O poema abaixo é um dos mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade. É INCORRETO dizer que o poema



a) é herdeiro da vertente social do Modernismo de 30.

b) ironiza a idealização da vida rural, tão cantada pelos românticos do século XIX.

c) substitui a idealização romântica da vida rural por uma visão mais crítica,

d) se vale de vocabulário e sintaxe simples, dc acordo com a proposta do Modernismo,

e) mostra na primeira estrofe um quadro romântico da natureza, que é desfeito nas estrofes seguintes.
Solução:

A poesia de Carlos Drummond de Andrade inserida na 2º fase do modernismo é caracterizada, sobretudo, pela ironia, metalinguagem e reflexão sobre o sentimento de “estar no mundo.” A letra “A” é incorreta, porque Drumonnd diferentemente da romance social de 30, que busca centrar-se nos problemas regionais, centrava-se nos questionamentos do homem universal.

ALTERNATIVA A

38. O poema ao lado, do poeta contemporâneo José Paulo Paes, se reporta à “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, O texto de José Paulo Paes

Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido


a) faz uma severa crítica ao nacionalismo romântico, exacerbado na “Canção do exílio”.

b) mostra que cantar a pátria, tal como é idealizada na “Canção do exílio”, é algo alienante.

c) reduz de forma humorística a “Canção do exílio” a seus traços essenciais,

d) reproduz todo o conteúdo da “Canção do exílio”,

e) mostra que é impossível fazer novas versões da “Canção do exílio”.
Solução:

José Paulo Paes, poeta pós-moderno, através do recurso da paródia, recria ironicamente o poema Canção do exílio do romântico Gonçalves Dias. Se a postura romântica, em relação à pátria era idealizada, no poema de Paulo Paes percebemos uma visão crítica.

ALTERNATIVA B As questões 39 e 40 referem-se ao poema de Manuel Bandeira abaixo.




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Profundamente
Quando ontem adormeci

Na noite de São João

Havia alegria e rumor

Estrondos de bombas luzes de Bengala

Vozes cantigas e risos

Ao pé das fogueiras acesas.


No meio da noite despertei

Não ouvi mais vozes nem risos

Apenas balões

Passavam errantes

Silenciosamente

Apenas de vez em quando

O ruído de um bonde

Cortava o silêncio

Como um túnel.

Onde estavam todos os que há pouco

Dançavam

Cantavam


E riam

Ao pé das fogueiras acesas?

Estavam todos dormindo

Estavam todos deitados

Dormindo

Profundamente


****

Quando eu tinha seis anos

Não pude ver o fim da festa de São João

Porque adormeci


Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo

Minha avó

Meu avô

Totônio Rodrigues

Tomásia

Rosa

Onde estão todos eles?

Estão todos dormindo

Estão todos deitados

Dormindo

Profundamente.


39. Apesar de ser um poema modernista, esse texto de Bandeira apresenta alguns traços herdados do Romantismo. Sobre tais traços, considere as seguintes afirmações:

I. O poema é marcadamente autobiográfico, já que apresenta referências à família do escritor.

II. No poema, há a rememoração um tanto saudosista da infância do poeta, vista como um período de grande felicidade.

III. No poema, há a presença de elementos da cultura popular — festa de São João —, que são valorizados no texto.


Está(ão) correta(s):

a) apenas I.

b) I e II

c) I e III.

d) apenas III.

e) todas.


Solução:

O poema tem traços autobiográficos da infância do poeta no Recife. O poema apresenta dois tempos: um na infância repleto de felicidade e outro no presente do poeta adulto marcado pela solidão. De fato a referência ao São João prova a filiação do poeta ao universo cultural do nordeste.

ALTERNATIVA E
40. Esse poema, contudo, não é propriamente romântico, não só porque o autor não pertence historicamente ao Romantismo, mas, sobretudo, porque

a) o poema faz uma menção ao universo urbano (“o ruído de um bonde”), o que o afasta da preferência dos românticos pela natureza.

b) as pessoas de que o poeta se lembra estão mortas (“Dormindo / Profundamente”).

c) não há no poema o chamado “escapismo” romântico, nem a idealização do passado, mas sim a consciência de que este não volta mais.

d) o poema não possui nenhum traço emotivo explícito, o que o afasta da poesia romântica, que é marcadamente emotiva e sentimental.

e) não há, no poema de Bandeira, a presença do amor, que é um tema recorrente na poesia romântica.


Solução:

O escapismo, característica típica da estética romântica, muitas vezes é retomado na poesia de Manuel Bandeira como a confirmação de sua impossibilidade. Poemas como “Vou-me embora pra Pasargada” e “Profundamente” refletem bem esse exercício do poeta.

ALTERNATIVA C INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO

Considere os quadrinhos reproduzidos ao lado. Identifique seu tema e, sobre ele, redija uma dissertação em prosa, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema, A redação deve ser feita com caneta azul ou preta.

Na avaliação de sua redação, serão considerados:

a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema;

b) coesão e coerência do texto;

c) domínio do português padrão. Atenção: A Banca Examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

Em qual das alternativas a seguir a palavra em destaque permite duplo sentido


Comentário sobre o Tema de Redação:

Professor Eduardo Pereira


Nos últimos anos o ITA tem utilizado um artifício dos mais interessantes na prova de redação: em vez de propor uma frase como tema da produção textual, o que é mais comum, a banca tem optado por valorizar a interpretação textual do candidato. A inovação presente neste ano ficou por conta, porém, do gênero usado: a charge.

A imagem proposta pela banca trazia um pai que, ao criticar a TV pela violência que ela expressa às suas crianças, despedaça o próprio aparelho com gestos bruscos e agressivos. O aluno GGE, que ao longo de todo ano trabalhou exaustivamente a análise de textos verbais e não-verbais – cartuns, charges, anúncios publicitários, etc –, seguramente não teve dificuldade em lidar com a temática proposta, que envolvia educação familiar, violência e TV.

A redação ideal deveria abordar o tema indicado por dois pontos de vista. Se por um lado, a violência na TV e a sua exploração pelas diversas emissoras poderia, ou melhor, deveria estar presente na análise do candidato; por outro, o comportamento do pai e sua errada atitude em colocar na TV a sua própria culpa, mereceria ocupar destaque central no texto. Para tanto, o fera GGE poderia tratar da desestrutura familiar tão presente atualmente, como também dos inúmeros casos de violência praticados por jovens que contam, na maioria das vezes, com o apoio incondicional dos pais.

O mérito do tema deste ano incide no fato de o autor da charge deparar o leitor com uma das maiores hipocrisias dos últimos tempos: as pessoas em geral, sobretudo pais e educadores, costumam imputar à TV a responsabilidade por muitas das mazelas que atingem toda a sociedade. Esquecem-se, no entanto, de que o exemplo no lar, no seio familiar, tem um poder de influência muito maior que o filme de ação ou os desenhos animados vistos todos os dias. A reflexão proposta pelo ITA neste ano, reforça, ainda que ironicamente, o que diz o grande mestre Piaget: “O exemplo não é a melhor forma de educar: é a única.”