Em 1938, Griffith começou a atuar como psicólogo

desenvolvido o primeiro laboratório em psicologia do esporte na University of Illinois. Publicou mais de 25 artigos de pesquisa sobre psicologia do esporte e desenvolveu perfis psicológicos de jogadores legendários.

Foi na década de 20, de acordo com Machado (1997), que se encontram as publicações de Schulte (corpo e alma no desporto: uma introdução à psicologia do treinamento) e de Griffith (Psicologia do treinamento e psicologia do atletismo). Enquanto no ocidente muito tempo se passou até que fosse dado maior destaque ao estudo e pesquisa na área. Na antiga União soviética métodos e técnicas eram desenvolvidos para incrementar o rendimento de atletas e equipes (RUBIO, 1999, 2002)

No 3º período (uma preparação para o futuro) é que houve uma verdadeira mudança significativa no desenvolvimento científico da área. Franklin Henry, da Universidade de Califórnia dedicou sua carreira ao estudo profundo dos aspectos psicológicos da aquisição de habilidades esportivas e motores. Formou uma equipe de professores de educação física e estabeleceu em 1938 o programa de graduação em psicologia da atividade física. (GOULD, D & WEINBERG, 2002) Outro fato importante foi surgimento do primeiro congresso mundial de psicologia do esporte, realizado em Roma no ano 1965.

Foi no 4º período, nos meados de 1960, que a educação física estabeleceu-se como uma disciplina acadêmica, e a psicologia do esporte tornou-se um componente separado dentro dessa disciplina, distinta da aprendizagem motora. Os psicólogos do esporte estudavam o modo como os fatos psicológicos – ansiedade, autoestima e personalidade – influenciam o desempenho de habilidades esportivas e motoras e a maneira como a participação em esportes e na educação física influencia o desenvolvimento psicológico (personalidade, agressão). Foi realizada em 1967 também a primeira conferência anual da North American Society for the Psychology of Sport and Physical Activity (NASPSPA). (GOULD, D; WEINBERG, 2002).

O 5º período – psicologia do esporte e do exercício contemporâneo (de 1978 até o presente) houve um tremendo crescimento na psicologia do esporte e do exercício, especialmente na área aplicada. Nas últimas décadas, a Psicologia do esporte vem passando por algumas mudanças, como em relação aos profissionais, pois estão em dois campos distintos de atuação: no primeiro deles estaria a Psicologia do Esporte acadêmica, cujo interesse profissional recairia sobre a pesquisa e conhecimento da disciplina do Esporte; no segundo estaria a Psicologia aplicada próxima do campo de atuação e intervenção (RUBIO, 1999)

Foi durante esse período que se organizou a primeira instituição com o objetivo de congregar pessoas interessadas na psicologia do esporte. Surgiu, então, a International Society of Sport Psychology (ISSP), presidida pelo italiano Ferruccio Antonelli que passou a realizar reuniões bienais com o objetivo de divulgar trabalhos na área, além de promover o intercâmbio entre os investigadores

Vale ressaltar que em 1980 foi fundado a jornada de psicologia do esporte e o comitê Olímpico dos EUA desenvolve o Conselho Consultor de Psicologia do esporte. Em 1984 a cobertura da T.V. americana enfatiza a psicologia do esporte e pela primeira vez em 1988, a equipe olímpica norte-americana é acompanhada por psicólogos do esporte oficialmente reconhecidos.

2.2. A PSICOLOGIA DO ESPORTE NO BRASIL

A psicologia do esporte no Brasil ainda é vista como uma novidade tanto por psicólogos, como profissionais do esporte, atletas, técnicos e dirigentes. O marco inicial da psicologia do esporte brasileira foi dado pela atuação e estudos de João Carvalhes, um profissional com grande experiência em psicometria, chamado a atuar junto ao São Paulo Futebol Clube, onde permaneceu por cerca de 20 anos, e esteve presente na comissão técnica da seleção brasileira que foi à Copa do mundo de Futebol de 1958 e conquistou o primeiro título mundial para o país na Suécia (MACHADO, 1997; RUBIO).

Naquele período a Psicologia do esporte não representou um grande impulso para a área no Brasil, somente em dezembro de 2000 ela foi reconhecida como uma especialidade da psicologia. (RUBIO, 2000b) Esse reconhecimento tardio se deve ao histórico da própria psicologia no Brasil e também as representações do esporte na década de 50 eram vistas de outra forma.

Em Relação à Psicologia, da maneira como ela se encontra organizada hoje, foi reconhecida como profissão apenas em 1962. Isso representou um grande movimento em duas frentes: na profissional e na acadêmica (RUBIO, 2000b).

Na profissional porque foi um período de concessão do registro de atuação profissional aqueles que já vinham exercendo ao longo de vários anos atividades que a partir daquele momento eram caracterizadas como do âmbito do psicólogo. E aqui se encontravam os filósofos, pedagogos, sociólogos que atuavam na escola, na indústria e, principalmente, na clínica, e que passaram a ser reconhecidos como psicólogos. Àqueles que não apresentaram os requisitos necessários para a obtenção do título restava fazer o curso de psicologia e obter o certificado por meio de formação acadêmica (RUBIO, 2000b).

Na esfera acadêmica o movimento foi de outra ordem, uma vez que apesar de já possuir um corpo teórico considerável na prática clínica, em outras áreas, principalmente na educação e em recursos humanos, a psicologia procurava se afirmar como ciência. São dessa época a criação e sistematização de um grande número de testes psicológicos que buscavam quantificar e medir inteligência, comportamento, personalidade e outros temas considerados da esfera da psicologia. Os instrumentos psicométricos desenvolvidos nessa época foram utilizados com a seleção brasileira (RUBIO, 2000b).

Se na Psicologia o movimento era de reconhecimento e de afirmação, no esporte, e mais especificamente no futebol, as condições era m distintas. As regras relevantes que marcavam o esporte na década de 1950 era o amadorismo e o fair play, e isso representavam um compromisso com a prática esportiva competitiva muito distinta daquela que se vive hoje. Os atletas que recebessem o mesmo a título de presente ou gratificação, benifícios para treinar ou competir eram considerados profissionais, e como tais não poderiam participar de Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais (RUBIO, 2000b)

O futebol constituía-se uma exceção. Profissionalizado no Brasil e em outros países desde a década de 1920, ele foi se tornando um fenômeno distinto das demais modalidades esportivas tanto naquilo que se refere à organização dos

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A Psicologia do Esporte tem agregado em torno de si um número cada vez maior de áreas de pesquisa, constituindo as chamadas Ciências do Esporte, somando com outras áreas como a Antropologia, Filosofia e Sociologia do esporte, no que se refere à área sociocultural, incluindo também a medicina, fisiologia e biomecânica do esporte (BRACHT, 1995), demonstrando uma tendência e uma necessidade à interdisciplinaridade.

Implicada em seus primórdios com aspectos mais biológicos, hoje, a Psicologia do Esporte vem estudando e atuando em situações que envolvem motivação, personalidade, agressão e violência, liderança, dinâmica de grupo, bem-estar psicológico, pensamentos e sentimentos de atletas e vários outros aspectos da prática esportiva e da atividade física vêm caracterizando-se como um espaço onde os enfoques sociais, educacionais e clínicos se complementam (RUBIO, 1999, 2002).

A história da psicologia do esporte se divide em cinco períodos, que são focalizados juntamente com algumas personalidades e eventos específicos de cada período. São períodos distintos e ao mesmo tempo inter-relacionados. Juntos, contribuíram para o desenvolvimento e para o crescimento da psicologia do esporte e do exercício (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

1º Período – Os primeiros anos (1895-1920)

na América do Norte, a psicologia do esporte começou em 1890. Norman Triplett, um psicólogo da Indiana University e um entusiasta do ciclismo, queria entender por que razão os ciclistas às vezes pedalavam mais rapidamente quando corriam em grupos ou em pares do que quando pedalavam sozinhos (TRIPLETT, 1898).

Ele também conduziu uma experiência na qual as crianças pequenas tinham que enrolar uma linha de pescaria o mais rapidamente possível. Triplett verificou que as crianças enrolavam mais linha quando trabalhavam na presença de outra criança. Essa experiência permitiu-lhe prever com mais segurança o momento em que os ciclistas teriam melhores desempenhos (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

Na época de Triplett, os psicólogos e os professores de educação física estavam apenas começando a explorar os aspectos psicológicos do esporte e a aprendizagem de habilidades motoras. Eles mediam os tempos de reação de atletas, estudavam como as pessoas aprendiam habilidades esportivas e discutiam o papel do esporte no desenvolvimento da personalidade e do caráter, mas pouco faziam para aplicar esses estudos. Além disso, as pessoas trabalhavam superficialmente na área da psicologia do esporte, mas ninguém se especializava no campo (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

SAMULSKI (1992), afirma que no final do século XIX já era possível encontrar estudos e pesquisas relativas a questões psicofisiológicas no esporte, porém, conforme DE ROSE Jr. (1992) ainda que houvesse estudos no campo do comportamento humano relacionado à atividade física e ao esporte, esses dois aspectos foram estudados durante muito tempo sob o título de psicologia do esporte, sem que houvesse uma definição exata do que fosse essa área de estudo e qual seu verdadeiro objetivo (RUBIO, 1999, 2002).

2º Período – A era Griffith (1921-1938)

Coleman Griffith foi o primeiro norte-americano a dedicar uma porção significativa de sua carreira à psicologia do esporte, considerado o pai da psicologia do esporte. Desenvolveu o primeiro laboratório em psicologia do esporte na University of Illinois no Departamento de Saúde Física. Conduziu uma série de estudos sobre o time de beisebol Chicago Cubs e desenvolveu perfis psicológicos de jogadores legendários (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

Griffith trabalhou em relativo isolamento, mas sua pesquisa de alta qualidade e seu profundo comprometimento em melhorar desempenhos permanecem um excelente modelo para psicólogos do esporte e do exercício (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

Foi na década de 20, de acordo com MACHADO (1997), que se encontram as publicações de Schulte (Corpo e alma no desporto: uma introdução à psicologia do treinamento) e de Griffith (Psicologia do treinamento e Psicologia do atletismo). Enquanto no Ocidente muito tempo se passou até que fosse dado maior destaque ao estudo e pesquisa na área. Na antiga União Soviética métodos e técnicas eram desenvolvidos para incrementar o rendimento de atletas e equipes (RUBIO, 1999, 2002).

3º Período – Preparação para o futuro (1939-1965)

Franklin Henry, da University of Califórnia, foi o responsável pelo desenvolvimento científico da área. Dedicou sua carreira ao estudo profundo dos aspectos psicológicos da aquisição de habilidades esportivas e motoras. Formou muitos professores de educação física ativos que mais tarde se tornaram professores universitários e iniciaram programas de pesquisas sistemáticos (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

4º Período – O estabelecimento da psicologia do esporte como disciplina acadêmica (1966-1977)

Em meados de 1960, a educação física estabeleceu-se como uma disciplina acadêmica, e a psicologia do esporte tornou-se um componente separado dentro dessa disciplina, distinta de aprendizagem motora. Os psicólogos do esporte estudavam o modo como os fatores psicológicos – ansiedade, autoestima e personalidade – influenciam o desempenho de habilidades esportivas e motoras e a maneira como a participação em esportes e na educação física influencia o desenvolvimento psicológico (personalidade, agressão) (GOULD, D. & WEINBERG, 2002).

5º Período – Psicologia do esporte e do exercício contemporâneo (de 1978 até o presente).

Desde a metade da década de 1970 temos testemunhado um tremendo crescimento na psicologia do esporte e do exercício, especialmente na área aplicada.

A Psicologia enquanto ciência e profissão têm ampliado seus horizontes, dividindo espaço em territórios exclusivos de outros profissionais ao longo dessas últimas décadas, não se constitui uma novidade. Isso pode ser visto como reflexo de um movimento que busca facilitar o diálogo entre áreas que se aproximam, mas que mantêm cada qual a sua especificidade (RUBIO, 1999, 2002).

Essa tendência, não representa uma prática interdisciplinar, uma vez que as diversas subáreas convivem enquanto soma, mas não em relação, fazendo com que as Ciências do Esporte vivam hoje um estágio denominado por BRACHT (1995) de “pluridisciplinar” (RUBIO, 1999, 2002).

Como foi falado anteriormente, durante os anos 60 a Psicologia do Esporte vive uma fase de grande produção e a relação de nomes como Cratty, Oxendine, Solvenko, Tutko, Olgivie, Singer e Antonelli, que marcaram a história da área com contribuições voltadas para a psicologia social na atividade física e esporte, culminando em várias publicações que influenciam vários trabalhos até os dias de hoje (RUBIO, 1999, 2002).

Entendendo a Sociedade Internacional da Psicologia dos Esportes

Uma Sociedade Internacional da Psicologia dos Esportes foi constituída no Primeiro Congresso Internacional de Psicologia dos Esportes, realizado em Roma, Itália, em 1965. Depois, a Sociedade Norte-Americana para a Psicologia do Esporte e Atividades Físicas (The North American Society for the Psychology of Sport and Physical Activity) foi iniciada em 1967, sob a direção e inspiração de A. T. Slater-Hammel da Universidade de Indiana, Warren R. Johnson da Universidade de Maryland e Bryant J. Cratty da UCLA (SINGER, 1977).

Além destes nomes citados acima, a psicologia do esporte foi interpretada como um produto da década de 1980, tendo sua história escrita a partir do início do século XX na Rússia e Estados Unidos (R. WEINBERG & D. GOULD, 1995; WIGGINS, 1984; J. WILLIANS & W. STRAUB,1991) e, mais precisamente, a partir da Copa do Mundo de Futebol de 1958, no Brasil por Kátia Rubio. A produção acadêmica da área é uma associação de conhecimentos da psicologia clínica e social, sob a influência das variadas correntes teóricas e paradigmas da Psicologia, aplicada à observação, análise e intervenção dos comportamentos e atitudes dos seres humanos no contexto da prática do esporte e da atividade física (J. CRUZ, 1997; J. RIERA & J. CRUZ, 1991; RUBIO, 1998).

Foi durante esse período que se organizou a primeira instituição com o objetivo de congregar pessoas interessadas na psicologia do esporte. Surgiu, então, a International Society of Sport Psychology (ISSP), presidida pelo italiano Ferruccio Antonelli, que além de ter como principal publicação o International Journal of Sport Psychology, passou a realizar reuniões bienais com o objetivo de divulgar trabalhos na área, além de promover o intercâmbio entre os investigadores. 

Preocupados com o distanciamento que a ISSP vinha tomando da área acadêmica, um grupo de pesquisadores fundou, em 1968, a North American Society for the Psychology of Sport and Physical Activity (NASPSPA), cujo foco de estudo e atuação recaía sobre aspectos do desenvolvimento, da aprendizagem motora e da psicologia do esporte, tendo como principal periódico o Journal of Sport and Exercise Psychology (RUBIO, 1999, 2002).

Segundo MARTENS (1987), nas últimas décadas, a Psicologia do Esporte vem passando por algumas mudanças, como em relação aos profissionais, pois estão em dois campos distintos de atuação: no primeiro deles estaria a Psicologia do Esporte acadêmica, cujo interesse profissional recairia sobre a pesquisa e conhecimento da disciplina Psicologia do Esporte; no segundo estaria a Psicologia do Esporte aplicada próxima do campo de atuação e intervenção (RUBIO, 1999, 2002).

Observa-se, assim, o surgimento e desenvolvimento de um campo denominado Psicologia do Esporte, muito próximo da atividade física e do lazer, sendo inclusive componente curricular dos cursos de Educação Física, porém, mantendo um distanciamento da Psicologia enquanto ‘ciência mãe’. Apesar disso, é visto nesta última década uma ‘descoberta’ da Psicologia do Esporte como área de atuação emergente para psicólogos que, diante de uma demanda crescente, enfrentam grandes dificuldades para intervir adequadamente, já que os cursos de graduação em Psicologia ainda não formam nem qualificam o graduando para esta possibilidade de prática (RUBIO, 1999, 2002).

Na atualidade, diante do equilíbrio técnico alcançado por atletas e equipes de alto rendimento, os aspectos emocionais têm sido considerados como um importante diferencial nos momentos de grandes decisões. O esporte moderno é considerado um dos maiores fenômenos sociais do século XX (J. BARBERO, 1993; J. BROHM, 1993; N. ELIAS & E. DUNNING, 1992).

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