E quem fala com sabedoria e Aquele que ensina com amor

“Romper as fronteiras do preconceito e do ódio, é comunicar o amor e o respeito e o encontro do sujeito com a realidade do outro”

Foi lançado nesta quarta-feira (02/03) pela CNBB (Conferência Nacional do Bispos do Brasil) da Igreja Católica a nova Campanha da Fraternidade 2022. Um tema relevante e atual: Fraternidade e Educação, uma reflexão sobre o ensino de qualidade e aos acessos à toda população, onde quer que estejam inseridos.

“Romper as fronteiras do preconceito e do ódio, é comunicar o amor e o respeito e o encontro do sujeito com a realidade do outro”. Este é um dos grandes objetivos da campanha, que vai além da informação e mobilização, e busca fomentar o diálogo entre os entes da educação formal e informal.

Uma citação chama muito a atenção: Jesus “fala com sabedoria, ensina com amor”.

São João nos apresenta uma cena bastante iluminadora sobre o modo de agir de Jesus como mestre. O texto é conhecido como o da “mulher adúltera” e está em João 8:1-11. Jesus se encontra em Jerusalém, no contexto da festa das Tendas. Vai ao templo, ensina e desperta comentários da parte dos judeus: “Como ele é tão letrado, sem nunca ter recebido instrução?” (Jó 7:15).

Mais adiante, Jesus volta do Monte das Oliveiras e retorna ao templo. Senta-se e começa a ensinar o povo que se reuniu ao seu redor. Então, “os letrados”, escribas e fariseus, aproximam-se para testar sua sabedoria. Apresentam-lhe uma mulher pega em adultério, recordam-lhe o ensinamento da lei, que manda apedrejá-la, e querem ouvir o parecer de Jesus.

É neste contexto, que o diálogo da Igreja torna-se ecumênico, uma vez que, o tema vai além de um propósito de fé, e de uma formação religiosa, ou de seguimento espiritual, é para todos.

A comunidade acadêmica recebe este tema com muito respeito e acima de tudo com propósitos, como acesso ao ensino, a formação intelectual, ao debate plural em tempos incertos e apocalípticos. Temos que ter a clareza e a sapiência necessária para discutir esses temas no âmbito da academia, na comunidade, no trabalho, em casa e nas múltiplas relações.

Esperançosos que somos, a exemplo da CNBB, cabe a cada um fazer a sua parte e espalhar essa forma de diálogo que a Igreja propõe.

* Rodrigo Berté é pró-reitor de Graduação Uninter.

Vivemos um tempo em que muito se fala e pouco se escuta. Interessante esse contraste com a era da informação, onde temos rápido acesso a muita coisa pela internet e redes sociais, mas ao mesmo tempo fake news ainda fazem legiões de compartilhamentos. Seria por inocência ou ignorância – no sentido de ignorar, não querer ver a realidade?

Ainda em 2015 Humberto Eco já alertava: “o drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia ao portador da verdade”. Foi duramente criticado, massacrado pela mídia, mas será que ele não tem razão? Hoje, somando o impacto da pandemia, vivemos um tempo ainda muito desafiador, que gerou e gera distanciamento, isolamento e perdas. Este deveria ser o tempo favorável para “falarmos com sabedoria e ensinarmos com amor”, conforme nos motiva a Campanha da Fraternidade, baseada no livro bíblico de Provérbios 31, 26.

Esta curta frase, de um escrito tão antigo como este, associado entre os anos 900 e 717 a.C., traz aos tempos atuais significados marcantes. O contexto do livro apresenta várias mensagens objetivas, concisas, com orientações bem práticas, normalmente apresentadas com comparações, contrastes, paralelos. São lições poderosas sobre conduta, linguagem e atitude. Brinquemos um pouco com a frase e todo o complexo que ela atinge:

Fala com sabedoria: falar primeiramente requer escuta, e não apenas ouvir, mas aproximar-se como aquele que quer entender a situação e contribuir de alguma forma, conduzindo à necessária tomada de decisão da parte de quem escutou baseando-se no discernimento. Sendo assim, o resultado não será uma fala qualquer, mas uma com sabedoria, contextualizada, objetiva, assertiva, que convida ao diálogo e faz sentido aos envolvidos, mesmo que no calor do momento não entendam a sua finalidade. Pedagogicamente, conduz todas as partes envolvidas para que sintam e reflitam sobre as fragilidades humanas, às quais todos estão sujeitos. É um posicionamento de quem quer entrar em contato com o outro.

Ensina com amor: ensinar é um ato de agir, ajudar o outro. Educar não é um ato isolado, não é condicionamento, adestramento, é encontro no qual todos são educadores e educandos. É tarefa da própria pessoa, da família, da escola, da Igreja e de toda a sociedade” (texto-base da CF 2022). E o ensinamento indicado pela frase não é qualquer um, mas aquele feito com amor! Nossa linguagem em casa, na rua, no trabalho ou dentro do ambiente escolar deve ser animada e regulada pelo amor. Um provérbio de origem africana diz: “é preciso uma aldeia inteira para se educar uma criança”. Educar é uma ação sagrada!

Nosso compromisso é mobilizar todos os atores da educação – professores, colaboradores, alunos, e famílias – para “colocar no centro de cada processo educativo a pessoa, seus valores, sua dignidade para fazer emergir sua especificidade, a sua beleza, a sua singularidade e, ao mesmo tempo, a sua capacidade de estar em relação com os outros e com a realidade que a rodeia, rejeitando os estilos de vida que favorecem a difusão da cultura do descarte”. 

Para mudarmos nossa comunidade educativa temos que testemunhar com nossa vida aquilo que acreditamos. Não é só entregar uma formação, mas cuidar dos resultados no horizonte das capacidades pessoais, morais e sociais dos participantes no processo educativo. É no nosso relacionamento com alunos e famílias, bem como entre nós educadores, que nos educamos, “num intercâmbio dialógico que os pressupõe e, ao mesmo tempo, os supera”.

A escola deve ser um lugar de encontro, de educação integral da pessoa humana por meio do projeto pedagógico que articula cultura, vida e tradições familiares. Buscamos excelência acadêmica na construção de cidadãos respeitosos dos direitos humanos, que caminham em direção a sistemas verdadeiramente inclusivos que protejam nossa casa comum. “Para bem educar, é necessário antes de tudo amar” (São Marcelino Champagnat).

Isto tudo só é possível se nos unirmos e trabalharmos juntos, pois “a mera soma dos interesses individuais não é capaz de gerar um mundo melhor para toda a humanidade”, já diria o Papa Paulo VI.

Que este tempo renove a esperança em todos estes agentes da educação. Um novo mundo é possível se conseguirmos enxergar a nobre missão de educar, mesmo em tempos tão difíceis! 

*Wagner Botelho é coordenador de Pastoral do Colégio Marista Glória, localizado em São Paulo (SP).

É tarefa e missão da igrejaBoa nova no amor proclamarNo diálogo com a culturaPara a vida florir, fecundarO que em redes se vai construir

E a pessoa humana formar

Quando o anseio do conhecimentoUltrapassa barreiras, fronteirasSe destaca o ensinamentoOriundo da fé verdadeiraQue nos faz nesta ação solidários

Para o bem, condição que é certeira

E quem fala com sabedoriaÉ Aquele que ensina com amorSua vida em total maestria

É pra nós luz, caminho, vigor

Educar é atitude sublimeQue prepara a vida futuraCompreendendo o presente, pensamosEnsinar é proposta seguraPara, enfim, destacar-se a atitude

Dos que em Cristo são nova criatura

O convívio em níveis fraternosTraz em nós o sentido discretoNa harmonia com os seres viventesE no agir, o equilíbrio completoConsigamos também aprender

E educar para o amor e o afeto

E quem fala com sabedoriaÉ Aquele que ensina com amorSua vida em total maestria

É pra nós luz, caminho, vigor

O caminho nos quer convertidosMergulhar no mistério profundoPara que em Sua páscoa busquemosCompaixão no cuidado com o mundoConformados em Cristo seremos

Aprendizes do dom tão fecundo

Quando a plena mudança atingirRelações tão humanas, libertasNovos rumos em redes seremosGerações solidárias e abertasNa esperança de rostos surgirem

Assumindo missões tão concretas

E quem fala com sabedoriaÉ Aquele que ensina com amorSua vida em total maestria

É pra nós luz, caminho, vigor

E na casa comum que sonhamosOnde habitam cuidado e respeitoEducar é o verbo precisoA cumprir neste chão grandes feitosPara o mundo poder imitar

Quem na vida é o Mestre perfeito

Pedagogicamente é precisoEscutar, meditar, compreenderPara que aprendamos com o CristoO caminho da cruz percorrerE na escola da Sua existência

O evangelho seguir e viver

E quem fala com sabedoriaÉ Aquele que ensina com amorSua vida em total maestria

É pra nós luz, caminho, vigor


E QUEM FALA COM SABEDORIAÉ AQUELE QUE ENSINA COM AMORSUA VIDA EM TOTAL MAESTRIA

É PRA NÓS, LUZ, CAMINHO, VIGOR. (BIS)

F Am E QUEM FALA COM SABEDORIA Bb F É AQUELE QUE ENSINA COM AMOR Bb A7 Dm Dm/C SUA VIDA EM TOTAL MAESTRIA Bb C F Am/Bb É PRA NÓS, LUZ, CAMINHO, VIGOR. (BIS)

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E quem fala com sabedoriaÉ aquele que ensina com amorSua vida em total maestria

É pra nós, luz, caminho, vigor