De acordo com o que você estudou estado e nação não são sinônimos

41 sinônimos de estado para 7 sentidos da palavra estado:

Nação:

2 nação, país, pátria, povo.

Regime político:

3 regime, governo.

Categoria ou classe:

4 categoria, classe, estrato, esfera, status, nível, camada, posição, qualidade, faixa, casta.

Profissão ou posição social:

5 profissão, carreira, mister, ofício.

Lista ou inventário:

7 lista, inventário, rol, relação, registro.

« estado »

  • estado de espírito »
  • estadunidense »

Quando falamos do conceito de Estado, referimo-nos aos mecanismos de controle político de um governo que rege determinado território. Organizações como um Parlamento ou um Congresso, instituições legais e um exército permanente são ferramentas utilizadas por um governo para controlar as várias esferas que compõem a sociedade de um Estado-nação. Um Estado-nação é constituído por uma massa de cidadãos que se considera parte de uma mesma nação. Sob essa perspectiva, podemos afirmar que todas as sociedades modernas são Estados-nações, isto é, todas as sociedades modernas estão organizadas sob o comando de um governo instituído que controla e impõe suas políticas.

Muito embora a entidade do Estado tenha existido em vários momentos de nossa história, há algumas características que diferenciam os Estados-nações modernos que observamos hoje daqueles que surgiram em sociedades tradicionais e não industriais. O sociólogo Anthony Guiddens pontua as principais diferenças que podemos observar ao compararmos os dois momentos distintos dessa forma de organização:

Soberania - A Idade Média caracterizou-se pelo absolutismo e pelos governos monárquicos, nos quais a figura do Estado estava atrelada à figura do Rei. Porém, os territórios sobre os quais esses Estados tradicionais exerciam domínio estavam muito mal definidos, e o nível de controle do governo central era precário, se compararmos com o que vemos hoje. O princípio da soberania de um Estado, ou o exercício da autoridade absoluta que um governo deve ter sobre o território ao qual pertence, era ainda mal definido e não era tão relevante quanto é nos Estados contemporâneos.

Cidadania – A ideia de cidadania, ou seja, a condição de cidadão que aqueles que detêm o direito de participação na vida política de um Estado possuem, não existia para a grande maioria dos indivíduos que integrava os Estados tradicionais. A maior parte da população demonstrava pouco ou nenhum interesse nos assuntos referentes aos seus governantes. Os direitos políticos, ou o poder de exercer influência sobre assuntos políticos, eram reservados apenas para uma pequena parcela da população. Em contrapartida, nos Estados-nações modernos, a maior parte das pessoas que vive sob a jurisdição de um sistema político é cidadã, partilhando de direitos e deveres assegurados por seu governo, tendo ainda o poder de interferência e influência nas decisões políticas de seu interesse.

Nacionalismo – O sentimento de nacionalismo é um dos pontos mais característicos de um Estado-nação. Esse sentimento está atrelado a um conjunto de símbolos e convicções vistos como traços representativos de uma determinada identidade nacional. O nascimento de um sentimento nacionalista tornou-se uma das principais fontes de força unificante e mobilizadora. Línguas em comum, religiosidade e símbolos foram usados como pontos de aglomeração de povos, que passaram a se ver representados por sua nacionalidade.

Para melhor compreendermos algumas noções geográficas, geopolíticas e sociais do mundo que nos envolve, muitas vezes precisamos compreender corretamente alguns conceitos que nos servem de base para estudar e analisar a realidade. Dentre esses conceitos, podemos citar os de Estado, país, nação e território, termos diferentes entre si, mas que costumam se inserir em um mesmo contexto discursivo.

O que é território?

É importante, primeiramente, definir o que é território. Na Geografia, assim como ocorre com a maioria dos conceitos básicos de todas as ciências humanas, não há um consenso exato sobre o que seja, simplificadamente, o território. Mas, aqui, podemos compreender esse termo como sendo o espaço geográfico apropriado e delimitado por relações de soberania e poder. Em alguns casos, o território possui fronteiras fixas e muito bem delimitadas (a exemplo do território brasileiro); em outros, seus limites não são muito claros (como o território delimitado por algum grupo terrorista ou por um consórcio de grandes empresas).

Acesse também: Diferença entre limite e fronteira

Portanto, quando falamos, por exemplo, em “território brasileiro”, não estamos falando do Brasil propriamente dito, mas do seu espaço delimitado correspondente, delimitação essa exercida por meio de um domínio que é reconhecido internacionalmente, o qual chamamos de soberania. Por assim dizer, podemos entender que o Brasil é soberano sobre o seu território, exercendo sobre ele a sua vontade, ou seja, os interesses de seus habitantes.

Conceito de Estado

Assim sendo, a soberania territorial é exercida pelo Estado brasileiro. Perceba que esse termo, com “E” maiúsculo, difere-se do estado (com “e” minúsculo), que é apenas uma unidade federativa ou uma província do país. O Estado é, portanto, um conjunto de instituições públicas que administra um território, procurando atender os anseios e interesses de sua população. Dentre essas instituições, podemos citar as escolas, os hospitais públicos, os departamentos de política, o governo e muitas outras.

Diferença entre Estado e País

É necessário, contudo, estabelecer a diferença entre Estado e País. Enquanto o primeiro é uma instituição formada por povo, território e governo, o segundo é um conceito genérico referente a tudo o que se encontra no território dominado por um Estado e apresenta características físicas, naturais, econômicas, sociais, culturais e outras. No nosso caso, o Brasil é o país e a República Federativa do Brasil é o Estado.

Conceito de Nação

Por outro lado, o conceito de Nação, por sua vez, também possui suas diferenças e particularidades em relação aos demais termos supracitados. Nação significa uma união entre um mesmo povo com um sentimento de pertencimento e de união entre si, compartilhando, muitas vezes, um conjunto mais ou menos definido de culturas, práticas sociais, idiomas, entre outros. Assim sendo, nem sempre uma nação equivale a um Estado, ou a um país ou, até mesmo, a um território, havendo, dessa forma, muitas nações sem território e sem uma soberania territorial constituída.

Veja também: Conceito de Estado-nação

A Espanha é um exemplo clássico de Estado multinacional, ou seja, com um grande número de nações vivendo em seu território. Existem os espanhóis, mas também existem os catalães, uma nação atualmente sem um Estado soberano e, portanto, sem um território político definido, além dos bascos, navarros e alguns outros. A maior parte dessas nações reivindica, inclusive, a criação de seus Estados independentes, com a delimitação de seus respectivos territórios, algo que ainda não foi conseguido.

Outro exemplo de nação sem território são os curdos, conhecidos por serem a maior de todas as nações sem um Estado correspondente, de forma que seu povo habita vários países situados ao longo do Oriente Médio, no continente asiático. Essa nação vem solicitando a vários países e instituições internacionais a criação de seu país, que se chamaria Curdistão.

O estímulo ao nacionalismo como exercício da soberania

Muitos Estados, para garantirem o exercício de suas soberanias em seus territórios, tentam criar entre os seus habitantes um sentimento nacional, ou seja, a ideia de que aquele país equivale a uma nação geral, o que costuma ser chamado de nacionalismo. O estímulo ao nacionalismo é visto com bons olhos por muitas pessoas no sentido de essas valorizarem os seus territórios e suas populações, mas é preciso ter cuidado, pois os fatos históricos já demonstraram que um nacionalismo extremo pode provocar uma onda de fascismo. Nesse caso, o governo e até as pessoas passam a considerar que a sua nação (ou “raça”) é naturalmente superior às demais, justificando ações bélicas e formas de preconceito diversas, tal qual foi o caso do Nazismo na Alemanha em meados do século XX.

Nação é um termo utilizado para se referir a um grupo de pessoas ou habitantes que compartilha de uma mesma origem étnica, de um mesmo idioma e de costumes relativamente homogêneos, ou seja, semelhantes entre os seus pares. Além de apresentar todos esses aspectos, uma nação para ser considerada como tal precisa agregar um sentimento de pertença ao todo desse grupo, ou seja, é preciso haver uma vontade por parte dos indivíduos em formarem uma nação.

Para sustentar o andamento de uma nação, sob o ponto de vista cultural, os cidadãos adotam os mesmos costumes, os mesmos padrões morais que regem o que é certo e o que é errado, uma mesma religião e os mesmos hábitos sociais. Além disso, há sempre uma busca por uma coesão espacial ou geográfica, ou seja, uma constante procura para que os indivíduos de uma mesma nação se mantenham sempre próximos e unidos em um mesmo local.

Para garantir essa união, as diferentes nações buscam consolidar os seus territórios a fim de assegurar a sua posse e a sua soberania. Mas o que é território?

Território é um espaço delimitado e apropriado por relações de poder. O território político seria aquele em que há uma divisão estabelecida por direitos e legislações internacionalmente reconhecidas e que asseguram a autonomia e a soberania de um determinado povo. Assim, podemos dizer que um Estado (com “E” maiúsculo, diferente de estado, que corresponde a uma província), para se constituir, precisa estabelecer o seu território.

Dessa forma, podemos compreender que a grande maioria das nações – após o advento da modernidade e da difusão do modelo europeu de Estado por todo o mundo – passou a buscar a constituição fixa de seus respectivos países, que passariam a ser considerados como Estados Nacionais ou Estados-nações. Mas engana-se quem pensa que um Estado seja necessariamente detentor de um território em que se encontra apenas uma nação. Ao contrário, a maioria dos países agrega, em um mesmo território, várias nações, constituindo aquilo que se denomina por Estados multinacionais, a exemplo do Brasil.

E é justamente esse descompasso entre Estado e Nação existente em diversos lugares que manifesta a maior parte dos inúmeros conflitos étnicos ou zonas de instabilidade política em todo o mundo. Um exemplo é a Espanha: esse país é composto por inúmeros troncos étnicos ou nações, algumas delas com fortes sentimentos separatistas, como os catalães e os bascos. Em outros casos, existem conflitos entre nações diferentes pela disputa de um mesmo território, como é o que acontece no conflito entre Israel e Palestina, que, é claro, transcende os valores nacionais e se estabelecem em razões geopolíticas.

Apesar de ser possível o estabelecimento de um Estado com múltiplas nações, existem aqueles que advogam a ideia de que um país deve ser mantido apenas por uma nação específica, ou seja, o Estado deve ser uma nação necessariamente. Esses são chamados de nacionalistas, que buscam garantir que uma nação seja sempre governada por um de seus membros, sempre a serviço de seus interesses específicos.


Por Me. Rodolfo Alves Pena