Contribuição cultural dos imigrantes como festas

Fortemente influenciada pela cultura dos imigrantes europeus, a região Sul do Brasil apresenta grande pluralidade cultural. Os estados integrantes são: o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Os imigrantes europeus começaram a chegar ao fim do século XIX e contribuíram para o desenvolvimento econômico da região, baseado na pequena propriedade rural de policultura. Essa região apresenta elementos culturais dos índios (primeiros ocupantes do território), espanhóis e portugueses (colonizadores), negros (escravos). Posteriormente, os imigrantes alemães, italianos, açorianos, eslavos, japoneses, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Sul do Brasil. Entre as manifestações culturais dessa região estão:

Rio Grande do Sul

Os gaúchos dos pampas, ou das cidades, formam um povo rico em tradições. Grande parte dos seus aspectos culturais é oriunda dos imigrantes alemães, que habitaram a região por volta de 1824. Os italianos, espanhóis e portugueses também contribuíram para a riqueza cultural desse estado.

Entre as principais características culturais do gaúcho estão: a bombacha, o lenço, o poncho, e o chimarrão.

Contribuição cultural dos imigrantes como festas

Chimarrão

A festa de Nossa Senhora dos Navegantes, de origem portuguesa, é realizada em Porto Alegre no dia 2 de fevereiro, no rio Guaíba, onde centenas de barcos e milhares de fiéis devotos participam da procissão fluvial. Algumas cidades do Sul celebram as tradições dos antepassados em festas típicas, como a Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS).

Paraná

Apresenta aspectos culturais dos imigrantes alemães, italianos, poloneses, ucranianos, holandeses, etc. Eles influenciaram fortemente a cultura do estado. As principais festas culturais do Paraná são: cavalhada, congada, dança ou fandango de São Gonçalo, festa da cerejeira, festa do Divino, coroação de Nossa Senhora, festa de São Benedito, entre outras.

Um dos pratos típicos do Paraná é o barreado, um cozido de carne, prato caboclo típico do litoral. Ele é preparado com carne bovina, toucinho e temperos colocados em uma panela de barro. Ela é enterrada e acende-se por cima, uma fogueira. Após 12 horas de cozimento, a iguaria está pronta.

Contribuição cultural dos imigrantes como festas

Barreado

Santa Catarina Em Santa Catarina há uma grande quantidade de casas com arquitetura tipicamente europeia, além da arquitetura, os imigrantes do velho continente contribuíram na cultura vinhateira, na triticultura (cultura com trigo), linho, algodão, cânhamo e mandioca. Alguns eventos culturais são marcantes, e mobilizam várias pessoas. O boi-de-mamão, por exemplo, vai do Natal ao Carnaval. Começa com as prendas e pedidos de ajuda e termina com a morte e ressurreição do boi.

A Oktoberfest, em Blumenau (SC), é uma festa de origem alemã, tradicional festa da cerveja. Esse evento atrai milhares de turistas.

Contribuição cultural dos imigrantes como festas

Oktoberfest

Outro elemento da cultura de Santa Catarina é a dança de fitas, uma tradição milenar, o qual consiste num pau de fita, cujo mastro é sustentado no centro da dança por um menino. Da ponta do mastro saem pares de fita, cujas figurações se atém ao ato de trançá-las, girando e dançando em torno do mastro central.

Em Santa Catarina o boi na vara ainda é praticado, sendo uma espécie de tourada. O boi, preso a uma vara com corda, investe num boneco até o esgotamento. Outras vezes, soltam os animais e os homens saem correndo, derrubam o boi e despedaçam-no.

Completando 25 anos, a tradicional Festa do Imigrante, promovida pelo Museu da Imigração em São Paulo, terá sua edição de 2020 em formato virtual e gratuita – assim como tantos outros, em razão da pandemia de Covid-19.

O evento homenageará 28 nacionalidades que, através de seus saberes e de sua cultura, contribuíram e ainda contribuem para a formação do estado de São Paulo.

De 30 de novembro a 06 de dezembro, oficinas de dança, gastronomia e artesanato poderão ser assistidas como maneira de celebrar esse consolidado evento do calendário cultural de São Paulo. Por meio de 17 lives e 19 oficinas, o evento busca levar a cultura de diversos cantos do mundo para os paulistas, proporcionando uma experiência de troca e aprendizado sem sair de casa.

Fechado em março por conta da pandemia, o Museu reabriu as portas parcialmente em outubro, seguindo orientações estaduais e municipais. Para marcar a retomada das atividades, o jardim ganhou uma instalação temporária que visa relacionar o isolamento social da pandemia com os sentimentos de um migrante.

O evento

A Festa do Imigrante, promovida anualmente no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, tem como objetivo enaltecer as heranças e tradições de diversas nações, além de também valorizar as contribuições das comunidades migrantes contemporâneas.

Ao todo, mais de 80 comunidades, representadas por 50 nacionalidades diferentes, participam do evento com música, dança, artesanato e gastronomia. Em 2019 a Festa atraiu mais de 20 mil pessoas ao complexo no qual funcionam o Museu e o Arsenal da Esperança.

Tendo em vista as impossibilidades de sua realização presencial em decorrência da Covid-19, o Museu da Imigração adiou e, em seguida, adaptou seu esperado evento através de oficinas de dança, artesanato e gastronomia anteriormente gravadas.

Com o apoio da Associação Paulista Amigos da Arte, o Museu que também teve que se reinventar em 2020 organizou um extenso cronograma para o período de 30 de novembro a 6 de dezembro. As atividades serão disponibilizadas na plataforma #CulturaEmCasa nos horários indicados na programação e permanecerão disponíveis ao público.

Os materiais poderão ser acessados posteriormente, também, em uma playlist especial no canal do Museu da Imigração no YouTube.

Apresentações e oficinas

O jardim do complexo da antiga Hospedaria do Brás servirá de palco para as apresentações artísticas que serão transmitidas ao vivo. Serão 16 países que terão suas heranças enaltecidas – entre eles Venezuela, Marrocos, Croácia, Togo, Guiné Conacri, Japão, Paraguai, Grécia e Líbano.

As oficinas em vídeo proporcionarão ao público a possibilidade de pausar e reassistir cada passo de dança, gastronomia e artesanato. Os espetáculos dos movimentos das danças tradicionais serão expostos e ensinados por migrantes e descendestes da Lituânia, Hungria, Rússia e Irlanda.

O evento também proporcionará o aprendizado de artesanato característicos. Representantes das comunidades ensinarão a produção de miniterço com contas e pingente, de Portugal; preparação de perfumes, da Síria; Margučiai, a pintura de ovos da Lituânia; origami em formato de gueixa, do Japão; bordado, da Bulgária; e pintura em pano, do Congo.

Para todos aqueles apaixonados em experimentar e reproduzir receitas típicas, os vídeos destacarão o modo de preparo do patacon (com guacamole e arepa paisa, da Colômbia), da fogazza (Itália), do escondidinho de bacalhau e natas (Portugal), do pogácsa (espécie de bolinho amanteigado, da Hungria), dos tequeños (tiras de queijo enroladas em massa artesanal, da Venezuela) e do badjia (feito com feijão fradinho, de Moçambique).

Além disso, para quem quiser se sentir ainda mais perto do evento e prestigiar os expositores, a plataforma #CulturaEmCasa disponibilizará contatos e indicações das comunidades participantes, permitindo que o público adquira artesanatos ou realize pedidos de pratos típicos por delivery.

Em parceria com o Abraço Cultural – que há 5 anos promove troca de experiências, geração de renda e valorização dos refugiados – , aulas com professores migrantes ou refugiados abordarão, introdutoriamente, os idiomas árabe, espanhol e francês.

Vale ressaltar que para essa atividade haverá a necessidade de inscrição prévia pelo site do Museu da Imigração, a partir do dia 26 de novembro (quinta-feira). Os interessados devem acompanhar a agenda.

Assim como nas últimas edições presenciais, os recursos de acessibilidade também estarão presentes na Festa digital.  Alguns vídeos das oficinas contarão com legenda, audiodescrição e interpretação de Libras.

Os detalhes da programação, com dias e horários de cada atividade, estão disponíveis no site da instituição.

Relembre temas anteriores da Festa do Imigrante (a partir da 17ª edição)

17ª edição (2012): A diversidade construindo São Paulo
18ª edição (2013): São Paulo é como o mundo todo
19ª edição (2014): Celebrando as culturas de SP
20ª edição (2015): O mundo cabe aqui
21ª edição (2016): Descobrindo tradições em São Paulo
22ª edição (2017): Compartilhando heranças e histórias
23ª edição (2018) : Experimente novas origens
24ª edição (2019): Reencontre suas raízes

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