A verdade dos ditos populares professor pasquale netto

  • A verdade dos ditos populares professor pasquale netto

    Pasquale Cipro Neto é filho de imigrantes da grande colônia de italianos de São Paulo. Licenciou-se no Curso de Letras na USP. Desde 1975, é professor de Língua Portuguesa, e é também colunista dos seguintes jornais: Folha de São Paulo, O Globo e Diário do Grande ABC. Além de dar palestras, é o idealizador e apresentador do programa cultural Nossa Língua Portuguesa, transmitido pela Rádio Cultura AM e pela TV Cultura.

    Dicas do Prof. Pasquale:

    1) HOJE É DOMINGO PÉ DE CACHIMBO…
    e eu ficava imaginando como seria um pé de cachimbo, quando o correto é:
    HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO… Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente…).

    E a gente pensa que repete corretamente os  “ditos populares” 

    2) No popular se diz: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bichocarpinteiro”.
    Minha grande dúvida na infância… Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro?

    Correto: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro“.

    Tá aí a resposta para meu dilema de infância!”

    EU NÃO SABIA. E VOCÊ?3) Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.
    Enquanto o  correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão. Se a

    batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se

    ela está embaixo dele?4) Cor de burro quando foge.
    O  correto é:  Corro de burro quando foge!

    Esse foi o pior de todos! Burro muda de cor quando foge? Qual cor ele fica?

    Porque ele muda de cor?5) Outro que no popular todo mundo erra:
    Quem tem boca vai a Roma.

    Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!

    O  correto é: Quem tem boca vaia Roma. (isso mesmo, do verbo vaiar).6) Outro que todo mundo diz errado,
    Cuspido e escarrado – quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra

    pessoa.

    O  correto é:  Esculpido em Carrara. (Carrara é um tipo de mármore)

    7) Mais um famoso…
    Quem não tem cão, caça com gato. Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor!

    O  correto é: Quem não tem cão, caça como gato… ou seja, sozinho!

    Descarregue material didático. Veja no link abaixo:

    http://www.4shared.com/file/nK1ePIWO/Gramatica_da_Lingua_Portuguesa.htm

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    O professor de Língua Portuguesa Pascoale Cipro Neto corrige alguns ditados populares usados de forma errada. “HOJE É DOMINGO PÉ DE CACHIMBO… e eu ficava imaginando como seria um pé de cachimbo, quando o correto é: HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO… Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente…). No popular se diz:’Esse menino não pára quieto, parece que tem bichocarpinteiro'”Minha grande dúvida na infância… Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro???” Correto: ‘Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro’ “Tá aí a resposta para meu dilema de infância!” EU NÃO SABIA. E VOCÊ? Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.’ Enquanto o correto é: ‘ Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.’ “Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se ela está embaixo dele?” ‘Cor de burro quando foge.’ O correto é: ‘Corro de burro quando foge!'”Esse foi o pior de todos! Burro muda de cor quando foge??? Qual cor ele fica??? Porque ele muda de cor???” Outro que no popular todo mundo erra:’Quem tem boca vai a Roma.’ “Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!” O correto é: ‘Quem tem boca vaia Roma.’ (isso mesmo, do verbo vaiar). Outro que todo mundo diz errado,’Cuspido e escarrado’ – quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.O correto é: ‘Esculpido em Carrara.’ (Carrara é um tipo de mármore)

    Mais um famoso….’Quem não tem cão,caça com gato.’ “Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor!”O correto é:’Quem não tem cão, caça como gato…. ou seja, sozinho!’

    A verdade dos ditos populares professor pasquale netto
    Esta é uma lenda que tudo indica ser recente, fruto da sabichonice que corre solta na internet, mas isso não a impede de enganar um grande número de pessoas.

    Naquele afã de corrigir o mundo que leva à disseminação de bobagens como “risco de morte” para substituir a tradicional locução “risco de vida” (leia mais sobre isso aqui), começou a circular há algum tempo a tese de que o provérbio “Quem tem boca vai a Roma” está simplesmente errado.

    O correto seria, uau, “Quem tem boca vaia Roma”. É o que garantem, muitas vezes com cômica gravidade, sites amadorísticos como este:

    Hoje, na nossa cultura, é comum vermos pessoas dizendo, equivocadamente: “Quem tem boca vai a Roma”. É um adágio que tem seus méritos. Valoriza as pessoas esforçadas e que não se envergonham de perguntar. Afinal, quem pergunta e questiona consegue ir aonde bem quiser. Todavia, não podemos deixar de dizer que a forma correta desse ditado é: “Quem tem boca vaia Roma”. É justamente isso que as pessoas faziam em relação aos “deslizes” dos imperadores e as formas de governo que definhavam o império: vaiavam Roma.

    Em alguns desses textos, atribui-se indevidamente a tese da vaia ao professor de português Pasquale Cipro Neto. Este já a rejeitou com veemência, mas a sabichonice não esmorece tão facilmente.

    Dito existente há séculos, “Quem tem boca vai a Roma” é registrado em numerosos dicionários portugueses e brasileiros. Apenas um exemplo: em seu “Dicionário de Provérbios”, Raimundo Magalhães Jr. afirma o seguinte:

    O sentido desse provérbio é o de que não é difícil ir a um lugar longínquo e desconhecido pela primeira vez, quando não se tem acanhamento de pedir informações constantemente sobre o rumo a seguir.

    Há dois caminhos para provar que se equivocam aqueles que, sem nenhuma base histórica, tentam corrigir o velho provérbio. O primeiro é um passeio até o português antigo, no qual encontramos esta variante: “Quem língua tem, a Roma vai e vem”. Como se vê, a vaia não tem vez aqui.

    O segundo caminho nos afasta do português e nos põe diante de provérbios equivalentes em outros idiomas, todos com o mesmo sentido que Magalhães Jr. expõe acima. Por exemplo: o espanhol tem “Preguntando se va a Roma” e o francês, “Qui langue a, à Rome va”.